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ressaltou Maxime Rabilloud, diretor

geral da Total E&P do Brasil.

Além dos leilões, o mercado

também deverá ter sua dinâmica

alterada em função dos índices de

conteúdo local exigido às empresas

que exploram petróleo e gás no

país. As novas regras propostas

para 2017 reduzem em média

50% as quantidades mínimas de

equipamentos e serviços nacionais,

que serão apuradas de forma global.

Para Jorge Camargo, presidente do

Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás

e Biocombustíveis (IBP), o calendário

de leilões, com novos índices de

conteúdo local e o fim do operador

único, responde a uma antiga

demanda do segmento e contribui

para atrair investidores.

“A retomada das rodadas, com regras

mais atrativas, é o primeiro passo

para dinamizar o mercado de óleo e

gás e toda a cadeia de fornecedores.

É positivo o fato de as ofertas

contemplarem áreas em terras,

águas rasas e águas profundas por

permitir o crescimento e a atração

de empresas de portes e perfis

diversificados”, disse.

Política de fomento

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira,

presidente do Sistema FIRJAN,

também avalia as quatro rodadas

programadas para 2017 como o

início da abertura do mercado

brasileiro, potencializada com a

participação de outras empresas na

exploração do pré-sal. Ele alerta,

contudo, para a necessidade de o

conteúdo local fomentar a indústria

nacional, sendo amparado por uma

política industrial de estado.

“É preciso que esse mecanismo

dê condições tanto para a

indústria extrativa quanto para

seus fornecedores. Sempre nos

posicionamos e atuamos na

defesa da isonomia. O que se

deseja não é protecionismo e

sim regras adequadas à nossa

realidade de país. Somos favoráveis

e ferrenhos defensores da

construção coletiva pelo diálogo.

E a premissa para avançarmos é

que todos busquem se ajustar a

essa nova realidade", defendeu.

Outro aspecto considerado relevante

no fomento a oportunidades

para o setor é a estruturação

de iniciativas governamentais,

como o Programa de Estímulo

incentivos a fornecedores

e bonificações, objetivando

o reconhecimento legal e a

valorização de iniciativas dos

operadores que contribuírem

ao aprimoramento das políticas

de desenvolvimento econômico

e tecnológico da indústria”,

disse Calvet.

No mercado de gás, há boas

perspectivas para o setor privado

com o programa Gás Para Crescer,

anunciado pelo Ministério de

Minas e Energia (MME). A iniciativa

propõe ações para o fortalecimento

do ambiente regulatório, com o

aumento da participação de outras

empresas nesse mercado.

Na avaliação de Ricardo Maia,

vice-presidente executivo da

Federação, o mercado de petróleo

e gás brasileiro, em razão das

mudanças regulatórias e das

rodadas de licitações, vive um de

seus momentos mais positivos em

termos de oportunidades. "Temos

passado por um cenário com alta

intensidade de mudanças. Olhando

para o futuro, o potencial que o

Brasil tem com novos investimentos

e o aumento da produção de

petróleo é sem igual. Precisamos

destacar a alta taxa de sucesso

exploratória no pré-sal, o que acaba

gerando maior segurança no retorno

dos investimentos".

De acordo com ele, um dos fatores

de atratividade para investidores

é a alta taxa de retorno do pré-

sal. “São mais de 80% de poços

perfurados no pré-sal, onde há

descoberta de petróleo, com

elevada produtividade. Os próximos

leilões precisam trazer retorno para

o país, com a construção de um

ambiente favorável à maior inserção

da indústria nacional. O Sistema

FIRJAN vem atuando fortemente em

colaboração à nova dinâmica que

esse mercado exige”, concluiu Maia.

“O que se deseja não

é protecionismo e sim

regras adequadas à

nossa realidade de país.

Somos favoráveis e

ferrenhos defensores

da construção coletiva

pelo diálogo"

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Presidente do Sistema FIRJAN

à Competitividade da Cadeia

Produtiva, ao Desenvolvimento e ao

Aprimoramento de Fornecedores

do Setor de Petróleo e Gás Natural

(Pedefor), instituído em 2016.

O secretário de Desenvolvimento

e Competitividade do MDIC

destaca que o Pedefor objetiva

aumentar a competitividade

da cadeira de fornecedores nacional.

A medida, aliada à reestruturação

do Programa de Mobilização da

Indústria Nacional de Petróleo

e Gás Natural (Prominp), ampliará

a capacidade de oferta e inovação

do setor industrial brasileiro.

“Com o Pedefor serão definidos

maio de 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

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