Background Image
Previous Page  3 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 3 / 12 Next Page
Page Background

SISTEMA FIRJAN

PÁG. 3

SÚMULA AMBIENTAL | JULHO DE 2015

Andrea Lopes

Especialista em Meio Ambiente – Sistema FIRJAN

No seminário “Novas Perspectivas e Desafios

sobre o Clima”, reunimos representantes do

governo e da indústria para discutir, sob os

diferentes pontos de vista, as perspectivas para a

COP 21, que acontecerá em dezembro em Paris,

e abordamos as vulnerabilidades e adaptação à

mudança do clima.

O debate foi muito rico e esclareceu alguns

aspectos importantes. Primeiro, que a

Convenção Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima não é fórum que trata

apenas de meio ambiente; seu principal objetivo

é promover o desenvolvimento sustentável

dos países. Outro ponto é que seus princípios

permanecem os mesmos e não farão parte do

processo de negociação.

Na COP 21 provavelmente será firmado um novo

acordo com força legal que substituirá o Protocolo de

Quioto, vigorando a partir de 2020. Todos os países

membros da Convenção vão se comprometer a reduzir

suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) de

modo a manter a temperatura média global em 2°C

acima dos níveis pré-industriais, considerando suas

responsabilidades históricas e as diferentes circunstâncias

nacionais, e atendendo ao princípio das responsabilidades

comuns, porém diferenciadas.

Foi senso comum que o Brasil já contribuiu bastante

para a redução das emissões, cumprindo o

compromisso nacional voluntário apresentado na

COP 15 em Copenhagen, o que fortalece a liderança

brasileira no processo de negociação e nos destaca

no contexto internacional.

O governo está alinhado com o posicionamento da

indústria, em que devem ser reconhecidos os esforços de

mitigação já realizados. A Contribuição Nacionalmente

Determinada pretendida (INDC – Intended Nationally

Determined Contribution, na sigla em inglês) a ser

apresentada pelo Brasil à ONU em outubro deve

contemplar o conjunto da economia, sem expor cada

setor econômico.

A indústria brasileira destaca sua pequena contribuição

nas emissões de GEEs; entretanto, considera que tem a

OPORTUNIDADES E GARGALOS

DO CLIMA

Everton Lucero, chefe da Divisão do Clima do Ministério das Relações Exteriores

Fabiano Veneza

contribuir nesse caminho mundial rumo a uma economia

menos intensiva em carbono. Para isso, é importante

que haja políticas públicas que promovam a adoção de

soluções de baixo carbono na indústria, preservando sua

competitividade, bem como a aplicação de incentivos

que permitam utilizar combustíveis e fontes energéticas

menos emissoras.

Há ainda uma relação direta entre as emissões de GEEs

e energia. O percentual de participação de energia

renovável na matriz energética brasileira nos concede

um diferencial comparativo em relação aos demais

países. Os presidentes do Brasil e dos EUA fizeram uma

declaração conjunta de cooperação na gestão de temas

relacionados ao nexo entre água e energia, no contexto

da mudança do clima, o que gera uma expectativa de

investimentos em energias renováveis, principalmente a

hidroeletricidade e biocombustíveis.

O 5º relatório do Painel Intergovernamental sobre

Mudanças Climáticas (IPCC) sobre Impacto, Adaptação

e Vulnerabilidade apresenta, entre os principais efeitos

da mudança do clima, o aumento da frequência e

intensidade dos eventos extremos, como secas e

enchentes, a elevação dos níveis dos oceanos, a

alteração na biodiversidade, impacto na agricultura

e na geração da energia, entre outros. Diante desse

cenário, temos todos um grande desafio, de tornar nossa

sociedade resiliente para enfrentar os impactos advindos

das alterações climáticas.