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SISTEMA FIRJAN

PÁG. 4

SÚMULA AMBIENTAL | JULHO DE 2015

Jorge Peron

Especialista em Meio Ambiente –

Sistema FIRJAN

Para o dia do Ação Ambiental

dedicado à água, propusemos

um debate sobre seu papel

enquanto matéria-prima,

ressaltando a manutenção da

oferta em quantidade e qualidade

e compartilhando experiências

consolidadas na indústria sobre o

uso racional.

O pesquisador da USP José Carlos

Mierzwa abriu o debate com um

panorama sobre a disponibilidade

da água em grandes centros

urbanos. Mierzwa destacou que

a “falta de planejamento tem

resultado em problemas induzidos

de escassez de água”, uma vez

que comprometem a capacidade de armazenamento

e distribuição regular para a população. Para enfrentar

esses problemas, segundo ele, é preciso uma

abordagem integrada entre a gestão do território e a

disponibilidade do recurso. Programas de racionalização

do uso são bastante eficazes e programas de reúso

podem ajudar a reduzir os impactos associados à

escassez de água. Destacou ainda que é necessário

avaliar cuidadosamente cada opção, pois não existe uma

“solução mágica para todos os problemas analisados”.

Marcos Asseburg, diretor do Aquapolo Ambiental,

apresentou o projeto de fornecimento de água

industrial para as empresas do Polo Petroquímico de

Capuava, a partir do esgoto doméstico tratado da ETE

do ABC paulista por uma adutora de 17 km. Ele destacou

que o reúso não deve ser definido como a única ou a

primeira solução na gestão da água. O usuário deve

diversificar as soluções, buscando atuar na redução

das perdas na rede de distribuição, na preservação da

mata ciliar, em equipamentos de baixo consumo e na

medição individualizada.

Um case de uso eficiente de água no processo gráfico

foi apresentado por Marcos Pereira, superintendente

de SMS da Casa da Moeda. Aplicando a metodologia

P+L com o suporte do CTS Ambiental, desenvolveu-se

um projeto de reaproveitamento dos efluentes

gráficos, que reduziu a demanda de água em 90%.

A economia gerada e o atendimento aos requisitos

legais são um incentivo à replicação dessa solução

em outros processos.

O especialista em Meio Ambiente da CSN, Antônio

Carlos Simões, apresentou um conjunto de ações que

resultou em uma redução da captação de água no rio

Paraíba do Sul de 8,8 m

3

/s em 2000 para 3,3 m

3

/s em

2015. A recirculação dos efluentes industriais na Unidade

de Volta Redonda deve chegar a 97% em 2020. Essa

redução de consumo só foi possível após investimento

na eliminação de perdas na rede de distribuição interna,

na recirculação e no envio de efluentes tratados para

outros processos. Com isso, a pegada hídrica do alto-

forno da fábrica de Volta Redonda da CSN é de 2,17 m

3

de água para cada tonelada de aço produzida, volume

bem menor que a média das 29 usinas acompanhadas

pela Water Steel, de 5,3 m

3

.

Além de compartilhar os cases, propusemos um debate

sobre a oportunidade de replicação, no Rio de Janeiro,

do modelo de negócio do Aquapolo, dado o cenário

favorável em relação à disponibilidade de ETEs na

Região Metropolitana. Na oportunidade abordamos os

riscos e limites da regulação estatal no reúso de água

industrial, uma vez que o governo do estado do Rio

prepara legislação sobre o tema.

ÁGUA NA INDÚSTRIA:

DEBATE SOBRE GESTÃO

José Carlos Mierzwa participou de debate sobre disponibilidade hídrica no evento

Fabiano Veneza

CAPA

C