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5 A 18 DE JUNHO | CARTA DA INDÚSTRIA
Para debater as perspectivas globais
do comércio exterior, o Conselho
Empresarial de Relações Internacionais
do Sistema FIRJAN convidou Vera
Thorstensen, presidente do Conselho
Brasileiro de Barreiras Técnicas ao
Comércio (CBTC). Vera apresentou
para os conselheiros novos aspectos
que norteiam atualmente o
comércio exterior, o que chamou de
“Organização Mundial do Comércio
(OMC) 2.0”, e seus impactos na
economia brasileira.
Segundo ela, essa nova ordem vai
além do debate das barreiras tarifárias,
ou “OMC 1.0”, e inclui temas como
regulação, meio ambiente e aspectos
climáticos. “Este novo cenário será
instituído por duas negociações:
Acordo de Parceria Transatlântica de
Comércio e Investimento (TTIP) e
Acordo de Associação Transpacífico
(TPP), que estão sendo negociados
fora da OMC”, detalha Vera.
IMPACTOS PARA O BRASIL
A presidente da CBTC alertou para
o fato de o Brasil estar isolado nessa
negociação de novos acordos
internacionais. “Este tema é o mais
urgente para o nosso país. Se o TTIP
for aprovado, o Brasil ficará ainda
mais distante dos demais países
no que diz respeito ao comércio
exterior”, ponderou. Segundo Vera,
o melhor caminho hoje é buscar os
acordos regionais, a fim de garantir
mercado para os produtos em que
o país é competitivo: “O país deve
negociar com os EUA e a UE para
acessar os dois mercados de forma
preferencial, procurando negociar
temas regulatórios”.
Para entrar na nova ordem, o país
deve melhorar em pelo menos três
questões: infraestrutura, burocracia
e educação. Os pontos foram
NOVOS PARÂMETROS DO COMÉRCIO EXTERIOR
EM PAUTA NO CONSELHO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
destacados por Paulo Ferracioli,
professor da Fundação Getulio
Vargas (FGV): “Os investimentos
que estão sendo feitos em
infraestrutura têm que ser
aprofundados. É extremamente
importante que a gente adote o
acordo de facilitação de comércio
Vera Thorstensen em reunião do Conselho: negociações internacionais em foco
Vinícius Magalhães
C
CONSELHOS
E FÓRUNS
na íntegra. É importante também
investir em educação, para melhorar
a capacidade no Brasil de participar
ativamente da produção de uma
forma mais moderna possível”.
O embaixador Luiz Felipe de Seixas
Corrêa, recordou o histórico do
Brasil no comércio exterior: “O
país tinha uma balança comercial
equilibrada, com quatro ou cinco
grandes parceiros. Isso nos dava,
em termos da formulação da
política do nosso comércio exterior,
uma certa vantagem”.
Na avaliação de Amaury Temporal,
diretor do Centro Internacional de
Negócios (CIN) do Sistema FIRJAN,
a reunião apresentou perspectivas
para o comércio exterior brasileiro:
“As discussões na OMC impactam as
empresas fluminenses. É importante
os empresários acompanharem
tendências e estarem atualizados”. A
reunião foi realizada em 28 de maio,
na sede da Federação.
“Este tema é o mais
urgente para o nosso
país. Se o TTIP for
aprovado, o Brasil ficará
ainda mais distante das
demais nações no
que diz respeito ao
comércio exterior”
Vera Thorstensen
Presidente do Conselho Brasileiro de
Barreiras Técnicas ao Comércio