PÁG. 6
5 A 18 DE JUNHO | CARTA DA INDÚSTRIA
C
MATÉRIA
DE CAPA
FIRJAN APRESENTA AO MINISTRO DA FAZENDA
PROPOSTAS PARA O BRASIL RETOMAR CRESCIMENTO
O presidente do Sistema
FIRJAN, Eduardo Eugenio
Gouvêa Vieira, apresentou
ao ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, propostas
ao esforço de superação da
crise econômica brasileira.
O ministro participou do
almoço na sede da Federação
em homenagem ao Dia da
Indústria, em evento que
contou com a participação
de aproximadamente 400
empresários fluminenses, do
governador Luiz Fernando
Pezão e do prefeito
Eduardo Paes, entre outras
autoridades.
Uma das sugestões é a
fixação de metas anuais
para despesas de custeio,
de forma a atingir em 2018
uma redução dos atuais 6% para
3% do PIB, patamar observado em
2008. Outra proposta é a criação
de uma “regra de ouro” que limite,
obrigatoriamente, a evolução
dos gastos correntes abaixo do
crescimento do PIB. Essa medida
impediria que as políticas fiscais
adotadas em períodos de menor
crescimento econômico fossem
direcionadas para custear os
gastos correntes, em detrimento
dos investimentos.
A Federação também propõe a
implementação de um programa
de venda de ativos públicos, com
foco nos setores bancário e de
infraestrutura, como alternativa
ao aumento de impostos. No
setor bancário, a proposta é
que o governo venda algumas
instituições, limitando em 49,9%
a participação de terceiros no
capital. Na infraestrutura, a
proposta é a privatização total das
operações de geração e distribuição
de energia elétrica.
Segundo Eduardo Eugenio, essas
ações permitiriam uma geração de
receita de até 4% do PIB. “Temos
repetido que o ajuste fiscal é uma
questão de sobrevivência. O Brasil
só poderá crescer novamente se
corrigir erros de um passado recente
cuja dimensão impõe o desafio
do reordenamento das finanças
públicas”, declarou.
No atual cenário de restrição
fiscal, a expansão dos
investimentos em infraestrutura
é outro desafio que, segundo o
presidente da FIRJAN, poderá ser
melhor enfrentado por meio de
Parcerias Público-Privadas (PPPs)
e concessões.
Por fim, o presidente do Sistema
FIRJAN pediu ao ministro um
olhar sobre a carga tributária.
“É necessário lembrar que o
setor privado é o único motor
possível para a retomada da
atividade econômica, mas isso
só será possível se ganharmos
competitividade”, afirmou
Eduardo Eugenio, para quem a
tributação está “adoecendo” a
indústria brasileira.
AGENDA DE CRESCIMENTO
O ministro, por sua vez, concorda
que o Brasil deve aproveitar o
momento para fazer mudanças
O ministro Joaquim Levy e Eduardo Eugenio: debate pelo desenvolvimento do país
Antonio Batalha
“Temos que focar
todas as nossas
energias para
voltarmos a crescer e
criarmos emprego”
Joaquim Levy
Ministro da Fazenda