Previous Page  6 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 6 / 12 Next Page
Page Background

PÁG. 6

16 A 29 DE MAIO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

SISTEMA DE METAS PARA DÍVIDA PÚBLICA E AJUSTE FISCAL

SÃO CAMINHOS PARA O BRASIL SUPERAR CRISE DE CONFIANÇA

Diante da deterioração fiscal

enfrentada no país, a implantação

de políticas estruturais para

ajuste das contas públicas é pré-

requisito para o início de um

processo de superação da crise

de confiança, que está na base da

crise econômica. O crescimento do

endividamento da União, de estados

e municípios no ano passado não

deixa dúvidas sobre a necessidade

de serem criadas medidas para a

área fiscal.

No período, a dívida bruta de todos

os entes federativos somados

chegou a 72,8% do Produto

Interno Bruto (PIB), maior patamar

dos últimos 13 anos. O governo

federal, que fechou 2015 com

déficit primário, foi o principal

responsável pelo aumento recorde

do endividamento.

“O Brasil precisa retomar a

confiança dos investidores e

consumidores para voltar a crescer,

e isso só será possível com uma

ampla mudança no campo fiscal.

O ajuste das contas públicas não

pode mais ser feito por novos

aumentos da carga tributária e nem

pelo retorno da inflação”, defende

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira,

presidente do Sistema FIRJAN.

Em 10 de maio, Eduardo Eugenio

se reuniu com o, até então, vice-

presidente da República Michel

Temer, e apresentou a proposta

da Federação para adoção de um

sistema de metas para a dívida

pública, semelhante ao de metas

para a inflação. Tais metas seriam

definidas por um Conselho Fiscal

Nacional, criado nos moldes do

Conselho Monetário Nacional. No

dia seguinte, foi realizada no Senado

Federal a votação do impeachment

de Dilma Rousseff, afastada por

180 dias. Michel Temer assumiu a

presidência do país em 12 de maio.

“Temer reagiu de forma muito

positiva à nossa proposta. Um dos

maiores problemas do Brasil está

na questão fiscal. O setor público

não pode gastar mais do que

arrecada”, destaca o presidente do

Sistema FIRJAN.

EFEITO CASCATA

A decadência fiscal também é

um problema das administrações

estaduais e municipais, cujos

esforços para redução de despesas

e cortes em investimentos não

foram suficientes para conter os

efeitos da queda de arrecadação.

Como resultado, muitos já

desrespeitam os limites impostos

pela Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF) e encontram-se próximos

da falência.

Sem um ajuste fiscal, a dívida

pública pode ultrapassar 90% do

PIB até 2018, segundo estimativa do

Sistema FIRJAN. A gravidade desse

cenário pode ser comparada ao

descontrole da inflação registrado

no início da década de 1990, outro

período desafiante para o país. Por

isso, a Federação propõe a adoção

C

MATÉRIA

DE CAPA

“O Brasil precisa

retomar a confiança

dos investidores e

consumidores para

voltar a crescer, e isso

só será possível com

uma ampla mudança

no campo fiscal”

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Presidente do Sistema FIRJAN

VEJA OS QUATRO ELEMENTOS BÁSICOS

PROPOSTOS PARA A POLÍTICA FISCAL

Estabelecimento e divulgação de metas de médio-prazo

para a dívida como proporção do PIB.

Comprometimento institucional com o alcance das metas

como objetivo primordial da política fiscal; para isso, o

instrumento seria o resultado primário.

Estratégia de atuação pautada pela transparência para

comunicar claramente o público sobre os planos, objetivos

e razões que justificam as decisões de política fiscal.

Mecanismos para tornar as autoridades fiscais (federal,

estadual e municipal) responsáveis pelo cumprimento das

metas para a dívida do governo.

Fonte: Sistema FIRJAN (acesse em:

http://bit.ly/21r52Uy

)

1

2

3

4