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16 A 29 DE MAIO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

de metas para a dívida pública

semelhante à utilizada para o

controle inflacionário.

De acordo com Guilherme Mercês,

gerente de Ambiente de Negócios

e Infraestrutura da FIRJAN, a

esse sistema caberia estabelecer

o limite de endividamento no

médio prazo. Nesse caso, o

superávit primário serviria como

instrumento para atingir esse

teto. Ele destaca que a medida

também exigiria mecanismos

que responsabilizassem governos

federais, estaduais e municipais

pelo cumprimento das metas,

uma vez que o agravamento

fiscal se dá em todas as esferas da

administração pública.

Para a FIRJAN, um sistema de

metas para a dívida pública é o

complemento necessário à LRF, que

representou um grande avanço para

a estruturação fiscal do Brasil. Além

disso, promoveria um alinhamento

com a política monetária,

solucionando um gargalo da

economia brasileira.

PROPOSTAS DE MUDANÇA NA ESTRUTURA FISCAL BRASILEIRA

A efetividade desse sistema de

metas depende da implementação

de outras políticas fiscais,

igualmente necessárias. O foco

deve estar na contenção das

despesas dos governos, com a

criação de uma “regra de ouro”

que mantenha os gastos correntes

públicos sempre abaixo do

crescimento do PIB, no caso da

União, e abaixo da Receita Corrente

Líquida (RCL) para estados e

municípios brasileiros.

Mudanças estruturais são pré-

requisito para a estabilização fiscal

do país. Uma das mais latentes é

diminuir a vinculação de gastos

obrigatórios ao orçamento. A

rigidez orçamentária está na base

das dificuldades de administração

dos orçamentos.

O gerente de Ambiente de

Negócios e Infraestrutura da FIRJAN

ressalta que a redução de gastos

compulsórios seria uma solução

para aumentar a capacidade de

reação dos gestores públicos às

variações da conjuntura econômica.

Ao mesmo tempo, daria à sociedade

maior poder de decisão sobre

quais áreas devem ter prioridade na

destinação dos tributos arrecadados.

Segundo Mercês, uma análise

das contas públicas revela que os

pagamentos de inativos, em curva

crescente, compõem boa parte das

despesas obrigatórias da União e

dos estados. Essa constatação torna

a Reforma da Previdência outra

iniciativa prioritária para o reequilíbrio

fiscal e sustentabilidade financeira

do país.

“O principal benefício dessas

propostas é retomar a confiança na

economia brasileira, hoje abalada

justamente pelo descompromisso em

relação a trajetória da dívida pública.

A outra vantagem é criar um sistema

institucional para o comportamento

da dívida, assim como existe há

quase 20 anos para a inflação”,

pontuou o gerente.

Conheça mais detalhes das propostas

fiscais da FIRJAN para o Brasil em:

http://bit.ly/21r52Uy.

Limite de Crescimento

para os Gastos Correntes

Criação de uma “regra de ouro”

que torna obrigatório manter o

crescimento dos gastos correntes

sempre abaixo ao do PIB, no caso

da esfera federal, e ao da Receita

Corrente Líquida (RCL), em

âmbitos estadual e municipal.

Fonte: Sistema FIRJAN (acesse em:

http://bit.ly/21r52Uy

)

Programa de

Venda de Ativos

O foco estaria nos

setores Bancário e de

Infraestrutura, e os

ganhos potenciais podem

ultrapassar 4% do PIB,

no caso federal.

Enfrentamento de questões

estruturais fundamentais

É preciso reduzir as

vinculações obrigatórias do

orçamento nas três esferas

de governo e implementar a

Reforma da Previdência, tanto

pública quanto privada.