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14 A 27 DE NOVEMBRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA
E
ESPECIAL
ATRASO NAS OBRAS DE MELHORIAS EM RODOVIAS FEDERAIS
IMPACTA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA FLUMINENSE
O transporte rodoviário é
responsável por 65% das cargas
transportadas no Brasil, o que
o torna determinante para a
competitividade do setor produtivo.
No entanto, quatro das principais
rodovias do país (BRs 116, 040,
101 e 393) têm gargalos logísticos
que impactam a indústria
fluminense. As obras para
construção de novas pistas e
de duplicação nessas estradas,
nos trechos sob concessão no
estado do Rio, encontram-se
paradas ou indefinidas.
Na Região Serrana, a obra prioritária
é a construção da nova pista de
subida da Serra de Petrópolis, na
BR 040, que se encontra paralisada
por falta de consenso sobre como
o governo deve ressarcir o valor
investido pela concessionária.
“As transportadoras estão cobrando
seguros e fretes altíssimos para
trazer mercadorias para a Região
Serrana devido à má qualidade da
estrada. A situação é tão grave que
já incorre em desabastecimento
de insumos para algumas
empresas”, conta Valter Zanacoli,
presidente do Sindicato das
Indústrias Gráficas de Petrópolis
(Sigrap). Ele explica que o traçado
da rodovia, desenhado na década
de 1920, atrapalha o escoamento
da produção das empresas da
região, e ressalta que, para o
segmento gráfico local, o custo
com transporte representa até 8%
do valor pago em matérias-primas.
Na BR 116, que liga o estado
do Rio a São Paulo, o principal
gargalo é o trecho da Serra das
Araras, que aguarda a construção
da nova pista de descida. A
obra aguarda autorização da
Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT). “Esse trecho
da rodovia provoca não apenas
engarrafamentos constantes,
aumento do custo de frete e
gasto com combustíveis, mas
também grande número de
acidentes”, alertou Edvaldo
de Carvalho, presidente da
Representação Regional
FIRJAN/CIRJ no Sul Fluminense.
Já na BR 101, que vai de Niterói
até a divisa com o Espírito Santo,
e na BR 393, entre Volta Redonda
e Sapucaia, os investimentos
mais urgentes são na duplicação
de trechos com grande volume
de tráfego e ocorrência de
acidentes. Além de fundamentais
para otimizar o transporte de
mercadorias para dentro e fora do
estado, essas obras não devem
ser postergadas, sob pena de
representarem significativa perda
de competitividade para o país.
O CUSTO DO ATRASO
O Sistema FIRJAN calcula que a
postergação dos investimentos pode
custar R$ 4,8 bilhões, caso sejam
feitas novas concessões. A estimativa
considera impactos logísticos e
acidentes. “Acelerar as obras para
eliminar esses problemas é essencial
para o Brasil, pois a cada dia de atraso
esses custos crescem, prejudicando
a indústria, a economia e o governo,
que arrecada menos”, ressaltou
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira,
presidente da Federação.
De acordo com Moreira Franco,
secretário do Programa de Parceria
de Investimentos (PPI) do governo
federal, uma nova política institucional
está sendo construída a fim de
destravar obras de infraestrutura.
“Sabemos que é o setor produtivo que
utiliza as rodovias, então é preciso que
elas estejam preparadas e vinculadas
às demandas de produção”, disse.
Na BR 040, a obra prioritária é a construção de nova pista de subida da Serra de Petrópolis,
que atrapalha as indústrias no escoamento da produção e na aquisição de matérias-primas
Renata Mello