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20 DE FEVEREIRO A 5 DE MARÇO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
S
SESI/SENAI
CONVÊNIO ENTRE SENAI E ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL BENEFICIARÁ EMPRESAS
O ISI Química Verde será um dos polos mundiais de difusão e desenvolvimento de
soluções tecnológicas que resultem em ganhos de competitividade para a indústria
Um convênio entre o
Instituto SENAI de Inovação
(ISI) em Química Verde e a
Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento
Industrial (Unido) estimulará
o desenvolvimento de
soluções tecnológicas para as
necessidades identificadas entre
as empresas fluminenses. Entre os
desdobramentos está a difusão de
um estudo de caso, supervisionado
pelo ISI e pela Universidade de
Yale, elaborado pela Braskem
sobre a produção de um plástico
verde – feito do etanol da
cana-de-açúcar.
Esse plástico é uma solução
sustentável, pois, em vez de
emitir CO
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, ele o captura. O
projeto é financiado pelo Fundo
Global para o Meio Ambiente
(GEF), do Banco Mundial.
“Queremos fomentar a indústria
brasileira e esperamos que
com esse exemplo consigamos
levar para outros segmentos
– vidro, papel, metalmecânico
– essa
commodity
com apelo
sustentável”, observa Claudia
Madrid, diretora comercial de
Químicas Renováveis da Ásia e da
América Latina da Braskem.
A iniciativa apoia a disseminação
do conceito de química verde no
currículo dos cursos de graduação
e técnico em diversos países.
Outro desdobramento do projeto
é o lançantamento de um guia
para orientar a inclusão da química
verde em todo o mundo. “Um dos
objetivos é ampliar a quantidade
de pessoas que possam ter
contato com o plástico verde,
dentro e fora do Brasil, além de
criar novos projetos e produtos
sustentáveis”, detalha Claudia.
Claudia acredita que a
química verde é fundamental,
principalmente pelo aspecto
agroindustrial do Brasil. “A cana-
de-açúcar tem uma cultura voltada
para a indústria de mais de 30 anos
no país, com sua principal aplicação
no setor automobilístico. A partir de
uma planta, tecnologia e produção
brasileiras, foi possível encontrar
uma aplicabilidade diferente para
o etanol, fugindo do convencional.
Agora podemos utilizá-lo em
embalagens que usamos no dia a
dia. É uma aplicação mais nobre”.
O lançamento do projeto, no
ISI Química Verde, contou com
a participação do professor
Paul Anastas, que desenvolveu o
conceito de química verde nos
anos 1990, além de especialistas
da UNIDO, da Yale e dos Centros
de Produção Mais Limpa de vários
países. O projeto foi lançado em
13 de fevereiro.
Paulo Furio, gerente do ISI
Química Verde, acredita que
a proposta tornará a indústria
fluminense mais competitiva.
“Quando o Sistema FIRJAN
decidiu investir em um instituto
de inovação para atuar com
pesquisa e desenvolvimento, não
só o setor químico foi beneficiado.
Os segmentos assemelhados,
como o farmacêutico, o de
alimentos ou qualquer um que
utilize intensivamente em seus
processos produtos químicos,
ganharam um novo aliado”, avalia.
Furio destaca que o trabalho
realizado em conjunto com
instituições internacionais
aumenta a
expertise
dos técnicos
do ISI: “A ideia é que isso possibilite
a construção de novas parcerias
e estudos sobre soluções
tecnológicas inovadoras, focando
em ganhos de competitividade por
meio da química verde”.
Fabiano Veneza