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20 DE FEVEREIRO A 5 DE MARÇO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
E
ESPECIAL
INDÚSTRIA FLUMINENSE INICIA
2017 MENOS PESSIMISTA
José Carlos Trica na sede da empresa: ampliação de vendas sinaliza retomada
Fabiano Veneza
Com o início de um processo
de recuperação dos indicadores
industriais, os empresários
fluminenses sinalizam estar
reduzindo o pessimismo em
relação às suas atividades para
2017. A indicação de melhora
é evidenciada pelo incremento
do faturamento e aumento
das horas trabalhadas no fim
do ano passado, aponta um
levantamento produzido pela
FIRJAN. Em dezembro, a indústria
fluminense interrompeu um ciclo
de três meses seguidos de queda,
conseguindo recuperar toda a
perda desse período.
José Carlos Trica, sócio da
Massas Nápoles, é um dos
empresários que percebeu
avanço nas atividades industriais:
“Houve uma melhora, apesar
de não ser expressiva, mas já
foi possível identificar uma
retomada de crescimento.
Expandimos nossa área de
atuação, passando a vender
também para outros estados”.
À exceção da massa salarial,
todos os indicadores encerraram
2016 com queda menos intensa
do que a verificada ao longo do
ano. Já a capacidade instalada
foi a única variável que evoluiu
no período. “Houve readequação
do volume de mão de obra
empregada. Com isso, a indústria
precisou ter mais produtividade,
que se deu com uso intensivo do
maquinário. Por isso a capacidade
instalada aumentou”, explicou
William Figueiredo, coordenador
de Estudos Econômicos do estado
do Rio, do Sistema FIRJAN.
INDÍCIOS DE RETOMADA
Segundo Figueiredo, a expectativa
é de reversão na queda da
atividade produtiva este ano. “A
fazendo investimentos na empresa
e esperamos um crescimento de
10% a 15% este ano. Achamos
possível e estamos trabalhando para
isso”, pontuou Trica.
Marcelo Kaiuca, sócio-proprietário
da Multibloco, empresa do setor
da construção civil, também
confia na melhora nos negócios
nos próximos meses. Segundo
ele, uma das razões para acreditar
no incremento da produção
industrial são as ações que
deverão ser implantadas para
recuperar o ambiente de negócios
em nível nacional.
“Temos um fator político já
equacionado, reformas que estão
sendo votadas e as taxas de juros
irão cair. Na cadeia da construção
civil, que demora um pouco mais
a reagir, o governo está lançando
medidas como o aumento do
volume do ‘Minha Casa, Minha Vida’.
Tudo isso leva a crer que a partir do
segundo semestre perceberemos
uma melhora”, disse.
melhora do faturamento aconteceu
em cima de uma base muito
depreciada. Devemos avançar nos
indicadores, até pelas melhorias em
nível nacional”, afirmou.
Acompanhando esse movimento, no
primeiro mês de 2017 os industriais
apresentaram maior confiança na
retomada da atividade produtiva,
fato que não acontecia desde 2010.
“Acredito que existem indícios
de um avanço, ainda que lento,
da economia nacional. Estamos
“Temos um
fator político já
equacionado, reformas
que estão sendo
votadas e as taxas de
juros irão cair”
Marcelo Kaiuca
Sócio-proprietário da Multibloco