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PÁG. 8

20 DE FEVEREIRO A 5 DE MARÇO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

EXCESSO DE RIGIDEZ DAS LEIS TRABALHISTAS AUMENTA CUSTOS

E GERA ENTRAVES À COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

O custo do trabalho no Brasil

é um dos grandes gargalos

enfrentados pelas indústrias,

tornando-se um entrave à

competitividade do país

frente aos concorrentes

internacionais. De acordo

com José Pastore, consultor

de Relações do Trabalho, uma

das causas é o excesso de

rigidez na composição dos

salários, explicado por fatores

institucionais como os pisos

regionais e a determinação do

mínimo por lei.

A fim de tentar modernizar as

relações de trabalho no país

e reduzir a rigidez, o governo

tem promovido algumas ações.

Entre elas o encaminhamento ao

Congresso Nacional do Projeto de

Lei nº 6.787/2016, que fortalece

as negociações coletivas, além

de ações para flexibilização das

formas de contratação.

“A exemplo do que já acontece

nas economias mais avançadas

do mundo, a negociação terá

peso de lei. Isso aumentará a

segurança jurídica das empresas,

reduzindo seu medo de empregar,

o que contribui indiretamente

para a geração de empregos”,

observou Pastore.

De acordo com ele, a flexibilização

das formas de contratação facilitará

os contratos para períodos

curtos, indo ao encontro de uma

demanda do mercado de trabalho:

“É necessário criar uma legislação

para os trabalhos intermitentes.

Esse é um dos gargalos das relações

trabalhistas atualmente”.

Os projetos de lei para regulamentar

a terceirização (PLC 30/2015 e

PL 4.302/1998) complementam

o tripé da reforma, ressalta o

especialista. “O PLC 30/2015 já foi

aprovado na Câmara dos Deputados.

Retirando-se o termo ‘parcela’ do

dispositivo que permite terceirizar

as atividades fim e meio, o projeto

será ótimo, equilibrando interesses

de empregadores e empregados”,

avaliou o consultor.

Para Gastão Reis, diretor da Eletro

Metalúrgica Universal, a aprovação

de propostas que flexibilizem as

regras atuais trará ganhos relevantes

para o país: “Com a redução de

custos, as empresas se fortalecem

e com isso podem, inclusive,

proporcionar um salário real mais

elevado para o trabalhador”.

José Mascarenhas, presidente do

Conselho Empresarial de Economia

do Sistema FIRJAN, destaca que

combater fatores estruturais,

como o custo do trabalho, é

primordial para o desenvolvimento

da indústria: “Essa questão é uma

das grandes preocupações dos

empresários e impede o Brasil

de ser competitivo. Também nos

distancia de países líderes e impacta

o crescimento do setor produtivo”.

Por entender a importância de

reduzir os custos trabalhistas, a

FIRJAN incluiu o pleito no Mapa

do Desenvolvimento do Estado

do Rio de Janeiro 2016-2025. A

Federação defende extinção da

atual regra de reajuste do salário

mínimo, ajustando-a à realidade

econômica, a regulamentação da

terceirização e a prevalência do

negociado sobre o legislado.

O debate sobre os custos do

trabalho aconteceu no Conselho

Empresarial de Economia da

FIRJAN, realizado em 8 de fevereiro.

O tripé da reforma trabalhista

FORTALECIMENTO DA

NEGOCIAÇÃO COLETIVA

FLEXIBILIZAÇÃO DAS

FORMAS DE CONTRATAÇÃO

REGULAMENTAÇÃO

DA TERCEIRIZAÇÃO

G

GERAL