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20 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

A medida pode atrasar as obras da BR 040, um dos principais gargalos logísticos do Rio

Renata Mello

“A mudança significa

a descontinuidade

das obras iniciadas,

gerando mais custos

para os empresários”

Edvaldo Carvalho

Presidente da Representação Regional

FIRJN/CIRJ no Sul Fluminense

G

GERAL

ANTECIPAÇÃO DO PROCESSO DE RELICITAÇÃO DE RODOVIAS

PODE AUMENTAR CUSTO LOGÍSTICO NO ESTADO, ALERTA FIRJAN

O governo anunciou a contratação

de projetos para a relicitação de

três trechos de rodovias no estado

do Rio, concedidas na primeira fase

do Programa de Concessões: a BR

040 (Washington Luiz), BR 116 Sul

(Presidente Dutra) e BR 116 Norte

(Rio-Teresópolis). O Ministério dos

Transportes afirmou que os contratos

que vencem em 2021 serão respeitados.

Entretanto, o início dos estudos para

novas concessões está previsto para

o primeiro semestre de 2018.

O Sistema FIRJAN julga preocupante

a decisão de antecipar o processo

de relicitação, com anúncio do

início dos estudos para estruturar

os editais já em 2018, pelo risco que

este procedimento oferece para a

economia fluminense. Isso porque

as concessionárias atuais, sem

perspectivas de extensão, não terão

estímulos para fazer investimentos

de maior vulto, como as serras das

Araras e de Petrópolis, que demandam

recursos muito acima dos previstos

em contrato. A Serra de Petrópolis,

que poderia estar concluída em dois

anos, agora poderá levar até 10 anos

para ser entregue, enquanto a Serra

das Araras, em vez de quatro a cinco

anos, poderá demorar 13 anos.

De acordo com o gerente de Estudos

de Infraestrutura da Federação, Riley

Rodrigues, o adiamento de obras

essenciais nas rodovias concedidas,

cujos valores não estavam previstos

integralmente em contrato, gerará

perda de competitividade para o

estado devido ao maior custo logístico.

Outros impactos negativos são a não

concretização de pelo menos R$ 2

bilhões em investimentos e a não

geração de até 10 mil empregos diretos

e indiretos. “Esses trechos de serra são

dois dos maiores gargalos logísticos

do país, provocando grandes perdas

FIRJAN/CIRJ no Sul Fluminense,

está preocupado com o impacto

da medida no escoamento da

produção do estado do Rio.

“Esses procedimentos licitatórios

significam a descontinuidade das

obras iniciadas, gerando atrasos

indesejáveis e, por conseguinte, mais

custos para os empresários. É mais

um obstáculo para nossa economia

nesse momento de grave crise”,

observou ele, que também é diretor

da Construtora Fafal.

INVESTIMENTO GOVERNAMENTAL

Rodrigues explica que, sem a extensão

de prazo das atuais concessões, a

única saída é o investimento direto

por parte do governo. “Isso implicaria

em realizar obras que poderiam ser

feitas pelas concessionárias, sejam

atuais ou futuras, impactando os

cofres públicos em um momento

de falta de recursos”, esclareceu o

gerente da FIRJAN.

A contratação de projetos para

relicitação foi anunciada pelo

governo federal em 7 de março.

econômicas e humanas. Com a

postergação das obras, os custos

socioeconômicos da paralisação

ultrapassarão R$ 1,5 bilhão na Serra

de Petrópolis e R$ 797 milhões

na Serra das Araras”, avaliou. A

Federação já havia analisado esse

entrave no estudo “Impactos

socioeconômicos da postergação

de obras nas rodovias federais

concedidas no Rio de Janeiro”,

publicado em outubro de 2016.

Edvaldo de Carvalho, presidente

da Representação Regional