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20 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

PROPOSTA DE REFORMA PREVÊ SIMPLIFICAÇÃO E UNIFICAÇÃO

DE IMPOSTOS, MAS NÃO REDUZ CARGA TRIBUTÁRIA

No horizonte de ações estruturais

para o país, uma das prioridades é a

Reforma Tributária. A proposta em

discussão na Comissão Especial da

Câmara dos Deputados, apresentada

por Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR),

prioriza a simplificação do sistema de

tributos. Também prevê a extinção

de sete impostos, entre eles o

ICMS, e a criação de dois federais, o

Imposto sobre Valor Agregado (IVA)

e o Imposto Seletivo Monofásico,

incidentes sobre o consumo. Esses

tributos teriam percentual repassado

aos entes federativos. No entanto,

a carga tributária seria mantida

no mesmo patamar de hoje, que

representa 35% sobre o Produto

Interno Bruto (PIB).

De acordo com Sandro Machado

dos Reis, consultor Jurídico

Tributário do Sistema FIRJAN, a

medida daria fim à chamada guerra

fiscal entre os estados: “Esse é um

ponto muito relevante da reforma.

As empresas têm dificuldade de

sobreviver no cenário da forma

que se encontra hoje, com os

estados concedendo e depois

retirando incentivos, pois isso gera

insegurança jurídica. É preciso, ainda,

simplificar drasticamente o sistema e

reduzir substancialmente o número

de tributos a recolher”.

Também são premissas da reforma a

redução dos custos de contratação,

com diminuição da alíquota

patronal, fortalecendo a geração de

empregos. Está contemplada, ainda,

a manutenção do Supersimples,

regime tributário diferenciado para

Micro e Pequenas Empresas.

Reis alerta que, apesar de promover

um avanço importante, a proposta

tem um período longo de transição.

Os cinco primeiros anos se

destinariam a discutir os novos

critérios de partilha dos impostos,

que entrariam em vigor no sexto

ano, cuja aplicação aconteceria de

forma gradual nos 15 ou 20 anos

seguintes. Não há prazo para que a

reforma seja oficializada em projeto

de lei ou emenda constitucional.

Sergei da Cunha Lima, presidente do

Conselho Empresarial de Assuntos

Tributários, ressalta que reduzir a

complexidade da estrutura tributária

é primordial para alavancar a

competitividade das indústrias.

“É uma mudança estrutural pela

qual o setor produtivo luta há

muito tempo. Só a simplificação do

Nova estrutura para recolhimento de tributos

Estados

IVA (com absorção

do PIS, PASEP,

COFINS, IPI, ICMS

e ISS, exceto em

relação às bases

tributadas pelo

Imposto Seletivo

federal)

Contribuição

previdenciária e

taxas

união

IR (com absorção

da CSLL)

Imposto Seletivo

Contribuição

previdenciária

sobre folha de

pagamentos

Contribuição social

sobre operações

e movimentações

financeiras

CIDES

Outras contribuições

e taxas

municípios

IPTU

ITBI

IPVA

ITCMD

ITR

Contribuição

iluminação

Contribuição

previdenciária e

taxas

G

GERAL

sistema já representa um avanço

importante para as empresas”,

disse Lima, que também preside o

Sindicato das Indústrias Gráficas do

Sul Fluminense (Singrasul).

A simplificação do sistema tributário

é um dos pleitos dos industriais

fluminenses, presente no Mapa do

Desenvolvimento do Estado do Rio de

Janeiro 2016-2015. Uma das propostas

é a criação do IVA federal e de uma

regulamentação única do ICMS.

O tema foi debatido na reunião do

Conselho Empresarial de Assuntos

Tributários do Sistema FIRJAN, em

8 de março.