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20 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

Risco global para o

transporte de carga

em 2017

FIRJAN LIDERA MOVIMENTO NACIONAL CONTRA ROUBO DE CARGAS:

RIO E SÃO PAULO CONCENTRARAM 87,8% DOS REGISTROS EM 2016

O aumento dos roubos de

cargas tornou-se um problema

generalizado entre os estados

brasileiros, gerando perdas

superiores a R$ 6,1 bilhões nos

últimos seis anos. O crime tem

impactos tanto econômicos,

com a perda de competitividade

causada pelo aumento do custo

das mercadorias e a perda de

arrecadação de impostos com a

comercialização clandestina, quanto

sociais, repercutindo no aumento do

desemprego e no crescimento da

violência no país.

Concentrado principalmente

nos estados do Rio e São Paulo,

o crime atingiu um em cada 88

veículos de carga no país em 2016,

tornando o Brasil a oitava economia

mais perigosa para transporte de

mercadorias do mundo, segundo

estudo da instituição britânica Joint

Cargo Committee, publicado em

março. Buscando combater os

efeitos sobre a economia fluminense,

o Sistema FIRJAN lançou, em 16

de março, o Movimento Nacional

Contra o Roubo de Cargas, que

reúne entidades, empresas e forças

de segurança de diversos estados e

da União.

Na ocasião, foi lançada a Carta

do Rio com nove propostas para

combater o roubo de cargas. O

documento, entregue ao ministro

da Justiça Osmar Serraglio em 23

de março, contempla ações que

passam por ajustes na legislação

à utilização de mais recursos para

fortalecer os agentes de segurança,

além de uma articulação entre as três

esferas de governo e a sociedade

para combater o crime de forma

unificada. Essas medidas enfrentarão

as causas e os efeitos dos roubos

que, segundo estudo recente da

Empresarial de Defesa e Segurança

da Federação e da Condor

Tecnologias Não-Letais.

Para proteger os caminhões que

transportam seus produtos para

as 27 unidades federativas, o

empresário contratou um serviço

de escolta armada que acompanha

a frota por todo o país. “Temos

a constante preocupação de ter

mercadoria roubada no Rio e em

outros estados. O custo é alto com

escolta, mas não podemos deixar

nossas entregas sob esse risco”,

explicou Erane, que também preside

a Representação Regional FIRJAN/

CIRJ Baixada Fluminense I.

A Sal Cisne, que vende para estados

do Sudeste, Sul e Centro-Oeste,

já teve caminhões roubados nas

estradas brasileiras. De acordo com

Luis Césio Caetano, presidente da

empresa, além da perda da carga,

há outros custos agregados para

as indústrias. “O impacto é muito

grande, porque existe um custo

indireto junto ao cliente, que

precisa repor os produtos”, afirmou

Caetano, que também é presidente

da Representação Regional FIRJAN/

CIRJ no Leste Fluminense e do

Sindicato da Indústria de Refinação e

Moagem de Sal do Estado do Rio de

Janeiro (Sindisal).

LEI AMPLIA PUNIÇÃO AO CRIME

No estado do Rio a punição aos elos

do roubo de cargas foi fortalecida

com a aprovação do Projeto de Lei

(PL) 505/2015, em março. A nova

legislação proíbe de participarem

de licitação, de serem contratadas

e de receberem incentivos fiscais

da administração pública estadual

as empresas que adquirirem,

distribuírem, transportarem,

estocarem, revenderem ou

C

MATÉRIA

DE CAPA

FIRJAN, têm crescido devido à

maior atuação de organizações

criminosas – que passaram a

ter nesse delito uma fonte de

financiamento –, a problemas de

estrutura e recursos das forças

policiais e a falta de medidas mais

rigorosas para combater todos os

elos da cadeia criminosa.

“Esse movimento será a voz dos

empresários para alertar sobre essa

questão, que tem afetado cada vez

mais nossa competitividade. Coibir

o roubo de cargas é uma das nossas

prioridades, apontada no Mapa do

Desenvolvimento do Estado do

Rio de Janeiro”, disse Carlos Erane

de Aguiar, presidente do Conselho

SEVERO

MUITO ALTO

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8

SÍRIA

IÊMEN

LÍBIA

AFEGANISTÃO

SUDÃO DO SUL

SOMÁLIA

IRAQUE

BRASIL