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24 DE JULHO A 31 DE AGOSTO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

E

ESPECIAL

TÉCNICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA AJUDAM

PROCESSO DE SUCESSÃO EM EMPRESAS FAMILIARES

Comando centralizado, estrutura

administrativa enxuta, organização

interna leal, valorização da

confiança, laços afetivos fortes

e conflitos de interesse são

algumas das características que

acompanham empresas familiares.

Esses atributos podem ser

encarados como oportunidades

ou desafios, e é a reação da

empresa que proporcionará uma

governança forte ou turbulenta.

Segundo dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e

Estatísticas (IBGE) e do Sebrae,

cerca de 90% das empresas

constituídas no país são familiares.

Por outro lado, há um grau de

mortalidade de 2/3 na passagem de

bastão da primeira para a segunda

geração, e de 95% para a terceira.

Por isso, conhecer as técnicas e

modelos de gestão eficientes é

essencial para a continuidade

dessas empresas.

Carlos Vitor dos Santos é o

terceiro na sucessão da Hak

Fábrica de Fusos e Passamanarias

– há quase 60 anos no mercado.

Fundada por três alemães, a

empresa chegou à direção

exclusiva de seu avô e, desde

então, os sucessores são

estimulados a trabalhar na

empresa para conhecê-la em

seus vários processos.

“Fiz um curso de graduação

em Administração e comecei a

trabalhar na Hak no término da

faculdade, com 22 anos. Passei

por diversas áreas, até que me

tornei gerente de planejamento

orçamentário. Desde então,

busco cada vez mais assumir

responsabilidades aqui”,

explica Santos.

Atualmente, trabalham na Hak

cinco membros da família. “O clima

organizacional é ótimo, todos se

sentem acolhidos”, afirma o herdeiro.

PASSAGEM DE BASTÃO

Fundada há quase 30 anos pelo pai

de Leonardo Kodato, a ASK, onde

ele é diretor executivo, atua no setor

metalmecânico. Para Kodato, um

dos aspectos mais difíceis para as

empresas familiares é a sucessão.

“A ASK demorou cerca de

cinco anos até decidir qual

seria o sucessor. Por questões

particulares, o sócio do meu pai

optou por sair da sociedade.

Ele geriu a empresa sozinho por

um tempo, depois percebeu que

estava na hora de entregar as

responsabilidades nas mãos de

uma nova geração”, explica.

Por outro lado, ele considera

a confiança como a principal

Essa iniciativa foi planejada através

do Comitê Executivo estruturado

na empresa. “Ficou definido que

os filhos precisam percorrer vários

setores, dentro ou fora da Hak,

até se qualificarem para assumir

uma cadeira na diretoria ou

gerência”, afirma Carlos Ieker, pai

de Carlos Vitor e atual presidente

da companhia.

A empresa teve apoio de consultoria

especializada para estruturar formas

de sucessão de comando. Desde

então, instauraram um Comitê

Familiar e o Comitê Executivo.

“Estruturar uma governança

corporativa forte e transparente

ajuda a evitar conflitos de cunho

familiar e empresarial. Com os

Comitês, a decisão não fica tão

centralizada no presidente, por

exemplo”, analisa Ieker, que também

preside o Sindicato das Indústrias de

Fiação e Tecelagem do Estado do

Rio de Janeiro (Sinditêxtil).

A Hak, sediada em Nova Friburgo, contratou uma consultoria para estruturar a sucessão

Renata Mello