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24 DE JULHO A 31 DE AGOSTO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

vantagem de empresas familiares:

“No geral, um parente seu ocupa

cargos chaves e, por isso, você

delega a ele projetos importantes.

Além disso, toda a família apoia o

sucesso da empresa”.

A Telas Guará, fabricante de telas

para cercamento, está há 44

anos no mercado. Atualmente,

três membros da família Sercio

trabalham nela. Igor Sercio, diretor

financeiro, foi treinado desde

pequeno para atuar na empresa,

assim como sua irmã. Para ele,

os principais benefícios de uma

companhia familiar também são

seus maiores desafios.

“Temos pessoas de confiança

ao nosso lado, a intimidade é

maior também. Isso ajuda a

agilizar a tomada de decisões.

Por outro lado, é exatamente essa

proximidade que pode gerar mais

desavenças. É difícil separar o lado

familiar do empresarial, por isso

conversamos constantemente

para alinhar o pensamento e os

processos”, afirma.

CAPACITAÇÃO

Entendendo o cenário e os

desafios das empresas familiares

fluminenses, o Conselho de Jovens

Empresários do Sistema FIRJAN

e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL)

promoverão em agosto o curso

Sucessão em Empresas Familiares,

em parceria com a Fundação Dom

Cabral. O programa abordará

técnicas para uma boa governança

corporativa e os aspectos jurídicos

da empresa familiar.

“O objetivo é discutir esses

conceitos, incluindo o

relacionamento das famílias com

as companhias, de modo a tornar

menos traumático e mais efetivo

o processo de sucessão”, informa

Poliana Botelho, presidente

do Conselho.

CARTA DA INDÚSTRIA –

Quais são os pilares para

uma governança empresarial

familiar forte?

EDISON CARMAGNANI -

Existem quatro dimensões

para uma estruturação de

governança familiar. A primeira

é a do acionista, que precisa

ser capacitado para entender

a diferença entre família e o

que é ser sócio da empresa.

Já a segunda é a propriedade,

que envolve direito societário,

estruturação com

holdings

,

entre outros. Sem os amparos

dessas ferramentas, a empresa

familiar fica sujeita a quebrar

em uma eventual separação

ou falecimento. A gestão é

o terceiro pilar. É nela que

há a preocupação com a

passagem de bastão para a

próxima geração. Envolve a

capacitação dos herdeiros

para que estejam aptos ao

cargo. Nem sempre manter a

direção na mão da família é a

melhor opção, mas se esse for

o objetivo, existem consultorias

que podem ajudar. Isso nos

leva à quarta dimensão, a da

governança corporativa em

si, que vem crescendo como

ferramenta estratégica. Trata-se

NEGÓCIO NO DNA DA FAMÍLIA

Edison Carmagnani

,

professor da Fundação Dom

Cabral, explica técnicas

que auxiliam as empresas

familiares a sobreviverem

às transições de comando.

Carmagnani ministrará o

curso Sucessão em Empresas

Familiares, promovido

pelo Conselho de Jovens

Empresários e pelo IEL.

da estruturação adequada, com

um Conselho Administrativo

para respaldar as decisões de

acionistas.

CI –

E quais são os maiores

desafios?

EC –

O principal é a passagem

de bastão. Da segunda geração

em diante, existirão sócios

impostos por condição de

casamento ou herança. Um

agravante a partir da terceira

geração é a pulverização do

patrimônio, gerando demanda

de liquidez. As famílias têm

crescimento em progressão

geométrica, enquanto os

resultados de uma empresa têm

progressão aritmética. Portanto,

em algum momento haverá

um gargalo, com muito familiar

dependendo da empresa, o que

pode gerar conflitos.

CI -

Que dicas daria para uma

sucessão saudável?

EC -

Minha dica para empresas

familiares que estejam migrando

para a próxima geração é

analisar e alinhar os pontos

que podem gerar conflito.

Com relação aos herdeiros, é

imprescindível capacitá-los, caso

queiram assumir a empresa.

Divulgação/Fundação Dom Cabral