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24 DE JULHO A 31 DE AGOSTO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

C

MATÉRIA

DE CAPA

REFORMA TRABALHISTA E TERCEIRIZAÇÃO MODERNIZAM AS RELAÇÕES

DE TRABALHO E AUMENTAM A PRODUTIVIDADE DA INDÚSTRIA

Em tempos de constante evolução

tecnológica, é fundamental à

competitividade de um país ter um

ambiente regulatório que facilite a

adaptação do setor privado a essas

inovações. A recente sanção da

reforma trabalhista, em conjunto com

a regulamentação da terceirização,

representam um importante passo

nessa direção ao atualizar a legislação

à nova realidade das empresas e do

mercado de trabalho. Na prática,

a reforma trará mais flexibilidade

às relações laborais, garantindo a

segurança jurídica necessária para

que as indústrias gerem empregos e

otimizem sua produtividade.

A prevalência das negociações

coletivas sobre a legislação, uma

antiga demanda do setor produtivo,

é um dos avanços mais relevantes

proporcionados pela nova lei, e

abre perspectivas de um diálogo

mais estreito entre empresas e

empregados, com maior autonomia

e fortalecimento das representações

sindicais. A medida, ao reduzir o

risco de que os acordos firmados

entre as partes sejam posteriormente

anulados pelo Poder Judiciário,

permitirá que cada segmento

adote as regras mais adequadas à

sua realidade.

Celso Dantas, presidente do

Conselho Empresarial Trabalhista

e Sindical do Sistema FIRJAN,

ressalta que a reforma inaugura uma

nova era nas relações do trabalho,

corrigindo um excesso de rigidez

que impedia a modernização desse

campo no país. “O pressuposto de

que o negociado prevalece sobre o

legislado abrirá um distanciamento

da realidade de hoje, em que as

empresas não têm segurança

para firmar acordos. É parte de

um processo de amadurecimento

que trará benefícios para o setor

produtivo e, principalmente, para

toda a sociedade”, afirmou Dantas,

que também preside o Sindicato da

Indústria de Produtos Cosméticos e

Higiene Pessoal do Estado do Rio de

Janeiro (Sipaterj).

CONTRATAÇÕES

Outra mudança trazida pela

reforma que impactará o dia a dia

das indústrias é a ampliação das

possibilidades de contratação.

Com a nova lei, será regularizado

o teletrabalho, também chamado

de

home office

. Segundo Dantas,

o trabalho remoto já é uma prática

do mercado, e seu reconhecimento

legal estimulará que mais

companhias contemplem esse tipo

de contratação em seus quadros.

“O que vai acontecer é que esse

expediente será consolidado em

um âmbito muito mais seguro para

ambos os lados”, disse.

A regularização do trabalho

intermitente também traz

perspectiva de redução dos custos.

A medida autoriza as empresas

a remunerar o empregado pelo

período efetivamente trabalhado,

podendo ser negociado o

pagamento por hora ou dia.

Luiz Carlos Renaux, presidente do

Sindicato Nacional da Indústria de

Fósforos, pontua que o trabalho

intermitente terá efeitos positivos

para a competitividade de diversos

setores industriais que têm etapas

de produção sazonais. “O meu

segmento, que inclui a atividade

agrícola, tem atividades sazonais,

com duração de quatro meses.

A modalidade intermitente é a

solução ideal, porque retirará custos

excessivos ao empregador, abrindo

espaço para que faça investimentos

em seu empreendimento”, avaliou

o empresário.

Para Sergio Duarte, vice-presidente

do Sistema FIRJAN, esse novo

formato de contratação traz

expectativas favoráveis para

incrementar a produtividade das

empresas. Ele identifica na reforma

Plenário do Senado durante votação da reforma trabalhista: segurança jurídica para

empresas e perspectiva de melhora no ambiente de negócios do Brasil

Divulgação/Agência Senado