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IFGF 2016 - ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL - ANO-BASE 2015

10

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

O problema das contas públicas municipais é estrutural e semelhante ao enfrentado pelos governos federal

e estadual. Está relacionado ao elevado comprometimento dos orçamentos com gastos obrigatórios (espe-

cialmente pessoal), o que emmomentos de queda na receita traduz-se em elevados déficits. A verdade é que

há pouca margem de manobra para adequar as despesas à capacidade de arrecadação, deixando as contas

públicas extremamente expostas à conjuntura econômica. No caso dos municípios, a crônica dependência

das transferências é um agravante.

Os dados de 2015 mostraram que a redução dos gastos com pessoal não acompanhou a forte queda das

receitas, sobretudo das receitas de transferências estaduais e federais. Com isso, as despesas com o funcio-

nalismo passaram a consumir uma parcela ainda maior dos orçamentos municipais, sacramentando um for-

te corte dos investimentos. Além disso, as prefeituras recorreram como nunca à inscrição de restos a pagar

como variável de ajuste das contas, em detrimento da contratação de dívida de longo prazo.

A análise dos indicadores do IFGF ilustra perfeitamente esse diagnóstico. O

IFGF Receita Própria

seguiu como

o indicador com menor nota (0,2531 pontos), ratificando a crônica dependência dos municípios quanto

às transferências estaduais e federais. Ao mesmo tempo, o

IFGF Gastos com Pessoal

atingiu seu pior resulta-

do (0,4743 pontos, ante 0,6663 em 2007), o que significa que os municípios nunca tiveram seus orçamentos

tão comprometidos com o pagamento de despesas com o funcionalismo público. Esse cenário refletiu-se

tanto sobre o

IFGF Investimentos

(0,4278)

,

quanto sobre o

IFGF Liquidez

(0,4429). Após atingirem elevados

patamares em 2011, em 2015 recuaram ao menor nível em nove anos, confirmando o corte de investimentos

e o uso de restos a pagar como os principais instrumentos de ajuste fiscal das prefeituras. Por fim, o resultado

do

IFGF Custo da Dívida

(0,8358) mostrou que a dívida com a União não é um problema para a maioria das

prefeituras. Abaixo, o gráfico apresenta a evolução dos indicadores do IFGF para os anos de 2007, 2011 e

Desenvolvimento brasileiro estagnado.

Gráfico 1:

Evolução do

IFGF Brasil

0,4432

0,4792

0,4545

0,5079

0,5097

0,5104

0,4699

0,5341

0,4973

0,4989

Gráfico 2:

Distribuição dos municípios por conceito do IFGF 2016

D

C

B

A

26,1%

22,7%

36,5%

49,4% 49,6% 50,9%

23,3%

26,2%

12,1%

1,1% 1,5% 0,5%

n

2007

n

2011

n

2015