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IFGF 2017 - ÍNDICE FIRJAN DE GESTÃO FISCAL - ANO BASE 2016

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A seguir, os principais resultados do IFGF:

Os resultados reforçam a extensão e a profundidade da crise fiscal brasileira, sem deixar

dúvidas de que ela não está restrita à União e aos estados. Muito pelo contrário. Dos 4.544

municípios analisados, 3.905 (85,9%) apresentaram situação fiscal difícil ou crítica (Conceito

C ou D no IFGF), apenas 626 (13,8%) boa situação fiscal (Conceito B) e tão somente 13 (0,3%)

excelente situação fiscal (Conceito A). Assim, 2016 foi o ano com o maior percentual de

prefeituras em situação fiscal difícil e com o menor número em situação excelente de toda

a série do IFGF, iniciada em 2006.

O problema fiscal brasileiro é estrutural e comum aos três níveis de governo; está relaciona-

do ao elevado comprometimento dos orçamentos com gastos obrigatórios, notadamente

despesas de pessoal. Assim, em momentos de queda da receita, como o atual, há pouca

margem de manobra para adequar as despesas à capacidade de arrecadação, deixando as

contas públicas extremamente expostas à conjuntura econômica. Nos municípios, esse

quadro é agravado pela dependência crônica por transferências dos estados e da União. E

como os municípios têm pouco ou nenhum acesso ao mercado de crédito, usam cada vez

mais a postergação de despesas via restos a pagar como fonte de financiamento – assim

como acontece nos estados.

A análise dos indicadores do IFGF ilustra perfeitamente esse diagnóstico. O

IFGF Receita

Própria

(0,2528 pontos) é o menor dos cinco indicadores, reflexo da crônica dependência

das transferências estaduais e federais. O elevado comprometimento com despesas obri-

gatórias retratado pelo

IFGF Gastos com Pessoal

(0,5073) explica em grande medida o nível

baixíssimo do

IFGF Investimentos

(0,3949). De fato, tem sobrado cada vez menos espaço

para os investimentos no orçamento público como um todo. O excelente resultado do

IFGF

Custo da Dívida

(0,8306) mostra que a dívida não tem sido uma opção para fechar as contas

para a grande maioria das prefeituras; os restos a pagar tornaram-se a forma tradicional de

financiamento, o que por sua vez explica o baixo resultado do

IFGF Liquidez

(0,5450).

O

IFGF Receita Própria

mostra um quadro de significativo desequilíbrio entre o volume

de receitas e a arrecadação própria na grande maioria das prefeituras brasileiras. Em 2016,

81,7% das cidades brasileiras ficaram com Conceito D no

IFGF Receita Própria

, ou seja, 3.714

não geraram nem 20% de suas receitas em 2016. Apenas 136 municípios em todo o país

obtiveram Conceito A no

IFGF Receita Própria

por terem arrecadado com tributos munici-

pais mais de 40% de suas receitas. Neste grupo, a população média é de 130 mil habitantes,

contra uma média de 9 mil habitantes nos municípios com Conceito D no indicador.

O

IFGF Gasto com Pessoal

revelou que 406 prefeituras já atingiram o limite prudencial de

57% da receita corrente líquida – RCL definido pela LRF. Em situação ainda pior, outras 575

prefeituras ultrapassaram o limite legal de 60% da RCL e receberam nota zero e Conceito D