SISTEMA FIRJAN
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INOVA | JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL DE 2015
Divulgação
Resíduos da indústria de sucos são reaproveitados pela Extrair Óleos Naturais
Uma empresa de aproveitamento
de resíduos da indústria de
sucos, situada em Bom Jesus de
Itabapoana, no Noroeste Fluminense,
é exemplo de como uma boa ideia
pode ir adiante com o apoio das
políticas de fomento a inovação
existentes no país.
A Extrair Óleos Naturais nasceu de
estudos desenvolvidos a partir de
2008 em parceria com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) e a Universidade Estadual
do Norte Fluminense (Uenf). Em
seguida, passou a contar com o
apoio de aditivos de editais da
Fundação Carlos Chagas Filho de
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio
de Janeiro (Faperj). No fim de 2014,
ganhou o edital Tecnova, promovido
pela Finep em parceira com a Faperj.
Sandro Reis, sócio-gerente da
microempresa, diz que o Centro
de Tecnologia SENAI (CTS) Alimentos
e Bebidas, em Vassouras, ajudou-o a
montar o projeto para o Tecnova
e está inserido como parceiro para
que a empresa possa alcançar as
metas programadas.
O primeiro produto desenvolvido
pela Extrair foi o óleo natural
proveniente da semente de maracujá,
destinado à indústria de beleza. A
grande virada é o fornecimento do
óleo para a indústria alimentícia e,
principalmente, de dois produtos
inovadores: semente de maracujá
desidratada e farelo desengordurado
proveniente da extração do óleo
da fruta.
“Fomos agraciados com alguns
editais, no começo, e não paramos
de buscar o desenvolvimento de
mais produtos ou subprodutos
inovadores”, explica Reis, que é
engenheiro agrônomo e mestre em
EXTRAIR ÓLEOS:
POLÍTICA DE INCENTIVOS FAZ A DIFERENÇA
tecnologia de alimentos. A verba do
Tecnova é destinada às adequações
necessárias para atender à indústria
de alimentos no Brasil e no exterior,
incluindo certificações, como ISO.
Inicialmente, o farelo também foi
comercializado para a indústria de
cosmético e para ração animal,
mas as pesquisas indicaram que o
produto, rico em proteína e fibras,
pode ter outros usos. Em parceria
com o CTS de Vassouras, a empresa
descobriu que o material poderia
substituir a farinha de trigo, em até
20%, na fabricação de biscoitos e
pães integrais.
O óleo, por sua vez, passou
por melhorias de processo, e a
empresa consegue fabricá-lo com
menos de 1% de acidez, o que lhe
garante valor agregado. “Hoje, a
semente está se tornando mais
vendida do que o óleo, porque
nesse mercado específico há
grandes empresas que concorrem
conosco. No caso da semente
desidratada, acredito que sejamos
os únicos no Brasil”, afirma Reis,
que está em acordo com uma
companhia de alimentos do Japão,
cujos representantes já estiveram
no Brasil para visitar a Extrair. A
equipe do CTS, inclusive, ajudou
Reis a preparar a visita.
Para poder exportar, a empresa
de Bom Jesus também conta
com o apoio do Sistema FIRJAN.
“Eu estava com dúvidas sobre
exportação e fui a uma consultoria
gratuita que me ajudou muito.
Em feiras, sempre compramos
equipamentos da área alimentícia
com a ajuda do SENAI Rio. O
pessoal de Vassouras tem muita
experiência nessa área. Nesse edital
Tecnova estamos contando com
eles também”, conclui Reis.
“Fomos agraciados
com alguns editais e
não paramos de buscar
o desenvolvimento
de mais produtos ou
subprodutos inovadores”
Sandro Reis
Sócio-gerente da Extrair Óleos Naturais