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INOVA | SETEMBRO/OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2015
MATÉRIA
DE CAPA
C
Redução de custos, maior celeridade e produtividade no
desenvolvimento de novos produtos e serviços. Essas
são algumas das vantagens que as empresas têm ao
formar parcerias para a inovação. Num cenário em que
os investimentos em novas tecnologias consistem em
um importante diferencial competitivo, criar meios mais
eficientes para inovar se torna uma ação estratégica.
Uma das possibilidades que podem ser aproveitadas pela
indústria é a Inovação Aberta.
Ela envolve a cooperação de empresas, cadeia
de fornecedores, instituições científicas e tecnológicas
(ICTs) para a criação de tecnologias que possam ser
incorporadas ao processo industrial. A Inovação
Aberta traduz o conceito de parceria de forma
ampliada, pois traz a premissa de que a inovação não
deve ocorrer unicamente dentro das corporações, e
sugere um contrato entre esses organismos para chegar
mais rapidamente ao produto ou serviço que
se deseja desenvolver.
Inserido na indústria da moda, o Grupo Malwee é
uma das empresas nacionais pioneiras no lançamento
de vestimentas funcionais. De acordo com Edmundo
Barbosa, coordenador de Inovação da companhia,
a parceria com os centros de inovação de universidades
possibilitou a criação de uma linha inteira de produtos
sustentáveis.
“Quando você trabalha com expertises diferentes, pode
ter várias pesquisas simultâneas acontecendo. Há o
benefício de receber um trabalho bem feito e, além
disso, também ajudamos os pesquisadores. É uma
troca”, defende o coordenador.
Indústrias com uma ideia inovadora podem
buscar centros de tecnologia e pesquisa para
desenvolvê-las por meio de plataformas criadas para
integrar empresas e pesquisadores com interesses
complementares. Entre elas há o Portal de Inovação,
do Ministério da Ciência e Tecnologia, cujo serviço é
gratuito, e o site Innocentive. Empresas como a Procter
e Gamble (P&G), por exemplo, foram além e criaram um
espaço para esse tipo de colaboração em seus próprios
portais.
“Essa é uma alternativa. Quando se tem tecnologia ou
conhecimento à mão, é mais fácil inovar, ao passo que o
INOVAÇÃO ABERTA TRAZ LEQUE DE
VANTAGENS PARA INDÚSTRIAS DE TODOS OS PORTES
empresário, para investir sozinho, vai gastar muito
mais dinheiro e tempo. Essa é a lógica da Inovação
Aberta: encurtar caminhos para inovar mais
rapidamente, buscando as competências adequadas
de cada um dos atores para a empresa lançar um bom
produto”, explica Anderson Rossi, gerente de Inovação e
Desenvolvimento Empresarial do Sistema FIRJAN.
CENÁRIO DE GANHA-GANHA
Rossi destaca que o modelo gera um cenário de
ganha-ganha ao apresentar vantagens para todos
os envolvidos: “Os centros de pesquisa são
remunerados para desenvolver o produto. A
empresa leva sua demanda, firma um acordo de
confidencialidade, e esses centros se tornam quase
Poliana Botelho, do Lab Simões, aprova o modelo de parceria
Antonio Batalha