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PÁG. 10

22 A 28 DE MAIO | CARTA DA INDÚSTRIA

C

CONSELHOS

E FÓRUNS

O impacto do sistema de

bandeiras tarifárias para a

indústria foi o principal tema

da reunião do Conselho

Empresarial de Assuntos

Tributários do Sistema FIRJAN,

realizada em maio. O método

cria uma relação entre o valor

pago pelo consumidor e o custo

atualizado pago pelas geradoras.

De acordo como o modelo de

bandeiras tarifárias, a bandeira

amarela indica o encarecimento

do custo da geração de energia

adicional de R$ 25 por Kwh

consumido para o contribuinte.

O aumento do uso das térmicas

é sinalizado pela bandeira

vermelha, e o valor cobrado

sobe para R$ 55 por Kwh.

Para Tatiana Lauria, especialista

de Competitividade Industrial

e Investimentos da FIRJAN,

as bandeiras afetam os

contribuintes em virtude da

oscilação nos custos. “A previsão

é de que teremos bandeira

vermelha durante todo o ano e

também em 2016. Neste mês de

maio, estamos com apenas 34%

dos reservatórios”, alertou.

Na análise de Sergei da

Cunha Lima, presidente do

Conselho, independente dos

níveis de abastecimento das

hidroelétricas, os custos da

geração de energia do Brasil

ainda ficam acima de um

patamar que forneça incentivos para a indústria:

“Está claro que o problema da energia é estrutural.

Precisamos encontrar soluções para o sistema não

operar em bandeira vermelha, a fim de não prejudicar

a atividade industrial”.

Uma pesquisa realizada pela FIRJAN apontou que,

de 27 países analisados, a indústria brasileira é a

CONSELHO DEBATE CUSTO DO SISTEMA DE

BANDEIRAS TARIFÁRIAS PARA AS INDÚSTRIAS

que paga mais caro pela

energia. Com o sistema

de bandeiras, essa conta

aumenta, pois há um

acréscimo de 10% na

alíquota média dos tributos.

“Nós, empresas de plástico,

por exemplo, fazemos

uso intensivo da energia

elétrica, então o impacto

desse modelo tarifário é

muito negativo. Temos

que funcionar 24 horas

para tornar nosso negócio

factível”, advertiu Marcelo

Oazen, diretor da Plastlab.

PESO DOS TRIBUTOS

Sandro Machado, consultor

jurídico da Federação,

detalhou o peso do ICMS

cobrado no estado do

Rio, que representa 29%

da conta de energia,

valor que supera em dois

pontos percentuais a média

nacional. “Em virtude do

contrato de demanda do

ICMS, nós pagamos pelo

valor contratado e não

pelo valor consumido da

energia. Isso encarece os

custos para a indústria”,

avaliou Machado.

A adoção do sistema

de bandeira foi

consequência do uso

intenso de termelétricas.

“Na realidade, o

racionamento não se

deu por meio da distribuição, mas por meio dos

preços”, explicou Guilherme Mercês, gerente de

Economia e Estatística do Sistema FIRJAN. Ele

lembrou que o sistema de bandeira tarifária seria

implantado em 2013, mas foi adiado após diálogo

da FIRJAN e outras entidades da indústria com a

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e só

entrou em vigor em janeiro deste ano.

Guarim de Lorena

“Está claro que o

problema da energia é

estrutural. Precisamos

encontrar soluções para

o sistema não operar

em bandeira vermelha, a

fim de não prejudicar a

atividade industrial”

Sergei da Cunha Lima

Presidente do Conselho Empresarial de

Assuntos Tributários do Sistema FIRJAN