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PÁG. 6

22 A 28 DE MAIO | CARTA DA INDÚSTRIA

C

MATÉRIA

DE CAPA

PETRÓLEO E GÁS: NÃO REALIZAÇÃO DE LEILÃO REPRESENTA

PERDA POTENCIAL DE US$ 11,5 BILHÕES POR ANO

Cada ano sem leilão de blocos

exploratórios de petróleo e gás

no Brasil representa uma perda

potencial de investimentos de

pelo menos US$ 11,5 bilhões.

Os dados constam da nota

técnica – “Rodada de licitação

de blocos exploratórios: o

impacto para a indústria de um

ano sem rodada”, elaborada

pelo Sistema FIRJAN. Por

meio de uma metodologia,

desenvolvida pela Federação,

o estudo comprova a

relevância da regularidade

dos leilões para a economia

do país.

“Essa cifra gigantesca mostra

de forma clara a importância

da periodicidade das

rodadas. Com o anúncio da

próxima rodada para outubro,

esperamos que seja construído

um calendário regular. Desta

forma, vamos conseguir trazer

segurança e previsibilidade para

a realização dos investimentos

feitos pela indústria”, enfatizou

o presidente do Sistema FIRJAN,

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Ele apresentou o estudo a Magda

Chambriard, diretora-geral da

Agência Nacional de Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (ANP).

A 13ª rodada de licitações está

marcada para 7 de outubro.

Para chegar ao valor da perda

potencial, o levantamento mostra

que cada rodada atrai, em média,

mais de US$ 27 bilhões em

investimentos futuros para as

áreas licitadas. “Sobre esse

montante, foi aplicada, entre

outras variáveis, a taxa de

conteúdo local mínimo exigido

por fase, chegando aos US$ 11,5

bilhões”, explica Karine Fragoso,

gerente de Estratégias de Mercado

Petróleo e Gás do Sistema FIRJAN.

O cálculo inclui apenas montantes

aplicados em investimento, ou

seja, não considera recursos para

a operação, que representariam

ainda mais perda potencial para a

indústria local. “Para calcularmos

o impacto dos cinco anos que

ficamos sem rodada, teríamos

que considerar, além do valor

de perda potencial ano a ano,

todo o volume de recursos que

seriam dispendidos na operação”,

complementa Karine. Além disso,

observou ela, há ainda o efeito

indireto e o efeito multiplicador

desses investimentos, também

não computados.

A metodologia considera variáveis

como os poços perfurados por

ano e o seu valor médio no pós

e no pré-sal, que representam

os investimentos iniciais para

produção petrolífera. Também

foram considerados o período

exploratório (cinco anos), o

desenvolvimento da produção

(quatro anos) e o quanto os

investimentos representam no total

dessas atividades. Para finalização

do cálculo, foi considerada a

taxa de sucesso exploratório e os

percentuais mínimos de conteúdo

local para a exploração, 37%, e para

o desenvolvimento da produção,

de 55%, no

offshore

.

Alberto Machado, diretor

executivo de Petróleo, Gás,

Bioenergia e Petroquímica da

Associação Brasileira da Indústria

de Máquinas e Equipamentos

(Abimaq), elogiou o levantamento:

“A iniciativa da FIRJAN é valiosa,

pois contribui para sensibilizar as

autoridades para a importância

da não descontinuidade dos

ATIVIDADE DE PERFURAÇÃO NO

OFFSHORE

E

HISTÓRICO DE BLOCOS

OFFSHORE

(2000 A 2014)

Elaboração: FIRJAN, a partir de dados ANP, 2015