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22 A 28 DE MAIO | CARTA DA INDÚSTRIA

PÁG. 7

o país tem de ser seletivo sobre

o conteúdo local e focar nos

segmentos em que possa

operar melhor.

Segundo Karine Fragoso, o Sistema

FIRJAN defende o aperfeiçoamento

da metodologia da ANP referente

ao conteúdo local, para as futuras

rodadas licitatórias, com o objetivo

de tornar a obrigatoriedade uma

medida mais incentivadora do que

punitiva. O objetivo é que a medida

resulte em maior participação

efetiva da indústria nacional.

Segundo dados divulgados pelo

Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), mais de 40%

das compras e contratações da

Petrobras estão no eixo Rio-São

Paulo. Sendo o Rio de Janeiro

o maior produtor de petróleo

e gás e o centro de decisão do

setor, naturalmente, a indústria de

petróleo e sua cadeia fornecedora

também se concentram no estado.

leilões, a fim de manter um fluxo

constante de encomendas para a

indústria”, afirmou ele. Segundo

Machado, a regularidade é

fundamental para que a indústria

tenha uma perspectiva de longo

prazo, de modo a viabilizar

seus investimentos e se manter

competitiva. “Se houver leilões

continuamente, o empresário

observa que a demanda será

duradoura e não pontual. Isso dá

maior segurança para o empresário

correr risco e investir em novos

produtos ou linhas de produção”.

CONTEÚDO LOCAL

Na reunião com a diretora-geral

da ANP, ocorrida no início de maio

durante a Offshore Technology

Conference (OTC), em Houston,

o presidente do Sistema FIRJAN

defendeu ainda a manutenção do

conteúdo local como parte de

uma política industrial. “Não existe

país no mundo que não aproveite

recursos naturais para gerar renda,

“A iniciativa da FIRJAN é

valiosa, pois contribui para

sensibilizar as autoridades

para a importância da

não descontinuidade dos

leilões, a fim de manter

um fluxo constante de

encomendas para a

indústria”

Alberto Machado

Diretor executivo de Petróleo, Gás,

Bioenergia e Petroquímica

Abimaq

empregos e equilíbrio social. Em

alguns segmentos, o Brasil já tem

uma indústria de classe mundial,

com competitividade em outros

mercados e que efetivamente

exporta”, afirmou Eduardo Eugenio.

Ele ponderou, no entanto, que

PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DA PETROBRAS NO PRÉ-SAL É QUESTIONADA

Outro ponto em debate no setor de petróleo e gás

é a participação obrigatória da Petrobras no modelo

de exploração de partilha da produção na camada

pré-sal. Armando Guedes, presidente do Conselho

Empresarial de Energia do Sistema FIRJAN, é contrário

à medida desde a sua origem. Neste momento em

particular, ele diz que a lei, em vez de ajudar, está

atrapalhando o setor. Guedes, que já presidiu a

Petrobras, defende que a empresa tenha liberdade de

participar da forma como julgar adequada.

Pela lei atual, aprovada em 2010, a Petrobras deve

atuar como operadora única dos campos do pré-sal,

com participação de pelo menos 30%. Além disso, a

empresa é responsável pela condução e execução,

direta ou indireta, de todas as atividades de

exploração, avaliação, desenvolvimento e produção.

“A Petrobras está em dificuldade financeira, de modo

que, com essa legislação, ela é obrigada a investir

um volume tal que nem nos projetos em andamento

ela está conseguindo cobrir. Dizer que o Brasil não

pode fazer nenhum tipo de leilão do pré-sal, porque

a Petrobras não tem condições de participar, é

muito ruim para o país: a indústria toda fica parada”,

enfatiza ele.

Um projeto de lei nesse sentido foi apresentado

este ano ao Congresso pelo senador José Serra

(PSDB-SP). O PL 131/2015 revoga a obrigatoriedade

e também exclui a condicionante de participação

mínima da empresa em pelo menos 30% da

exploração e produção em cada licitação.

Guedes diz que a medida ajudaria a cadeia produtiva

do setor a retomar os negócios. “Na situação em que

a Petrobras está, vamos ficar paralisados por muitos

anos. A revogação da obrigatoriedade é importante

para o Brasil em si e para as empresas que participam

aqui no país, seja na área de serviços seja na

produção de equipamentos, com impacto em toda a

cadeia produtiva”, sustenta Guedes.