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23 A 29 DE OUTUBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
Silas Rondeau, Mauro Viegas Filho, Sergio Malta, Romeu Rufino e José Machado, na reunião
C
CONSELHOS
E FÓRUNS
O Conselho Empresarial de Energia
Elétrica do Sistema FIRJAN recebeu
Romeu Rufino, diretor geral da
Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), para debater as perspectivas
futuras de tarifa e qualidade de
fornecimento para o setor. Rufino
destacou que, para 2016, o cenário
é de variações tarifárias dentro
da normalidade. “Para o próximo
ano não esperamos elevações nas
proporções que registramos em
2015. Até porque ninguém
aguenta”, afirmou.
Entre os fatores que permitem
uma previsão mais otimista está
a possibilidade de desligamento
de algumas térmicas. A redução
de passivos repassados aos
consumidores por meio da Conta
de Desenvolvimento Energético
(CDE) também é analisada. A
CDE reúne os encargos setoriais
destinados ao desenvolvimento
energético. “O orçamento para
cotas de subsídios tende a ser
menor em 2016”, disse Rufino,
frisando que só neste ano essas
despesas foram de R$ 25 bilhões.
De acordo com o diretor da Aneel,
os principais elementos que hoje
pressionam as tarifas são os tributos,
responsáveis por 29,5% do preço
final, e o custo da energia elétrica.
“Precisamos rediscutir os encargos
e subsídios, que chegaram a um
patamar insustentável”, alertou.
Rufino explicou que a escalada
nos custos vem de um problema
hídrico iniciado em 2013: “A partir
de 2013 as térmicas ficaram ligadas
praticamente o tempo todo. Ao
acioná-las a energia fica mais cara.
E muito do problema do déficit na
geração das hidrelétricas que vemos
agora tem a ver com isso”.
DIRETOR DA ANEEL DEBATE COM EMPRESÁRIOS
QUALIDADE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA
Segundo Moisés Machado,
superintendente de Fiscalização dos
Serviços de Eletricidade da Aneel,
uma das estratégias utilizadas na
supervisão das concessionárias é o
acompanhamento diferenciado com
as que mais têm reclamações.
“A essas empresas exigimos que façam
um plano de melhorias para recuperar
o serviço, que incluem reuniões
trimestrais com a Aneel”, explicou.
Já Rufino reconheceu que a
evolução no serviço prestado
passa por uma reavaliação mais
profunda: “Nós temos que contratar
melhor. O empreendedor tem
que ter clareza das condições na
hora da contratação. O ideal é que
consigamos evitar problemas e já
nos próximos leilões fazermos um
processo diferente”.
PRIORIDADES CONSENSUAIS
Sergio Malta, presidente do Conselho,
ressaltou que a reunião cumpriu o
papel de estreitar o diálogo do setor
privado com o órgão regulador.
“Foi um encontro útil para nós e
também a para a agência, que pôde
conhecer melhor as demandas
da indústria fluminense”, analisou.
Para Mauro Viegas Filho, presidente
do Conselho de Infraestrutura da
FIRJAN, o posicionamento da Aneel
demonstrou que há um consenso
em relação às mudanças necessárias
para a energia elétrica. “Parece que
todos já percebemos que é preciso
melhorar as condições tanto para
o consumidor quanto para os
concessionários. É um desafio que
temos pela frente”, avaliou Viegas
Filho, que também é presidente da
Concremat. A reunião aconteceu em
15 de outubro, na sede da Federação.
Vinícius Magalhães
“Precisamos rediscutir
os encargos e subsídios,
que chegaram a um
patamar insustentável”
Romeu Rufino
Diretor geral da Aneel