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PÁG. 3

20 A 26 DE NOVEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA

E

ENTREVISTA

CARTA DA INDÚSTRIA –

Que desafios devem

ser superados pelo BNDES nesse período de

retração econômica?

LUCIANO COUTINHO –

Acredito que o

principal desafio que iremos enfrentar é, uma vez

ultrapassada a etapa do ajuste fiscal, sermos uma

força proativa para a recuperação da economia

brasileira e, dessa forma, contribuirmos para o

avanço dos investimentos. Especialmente aqueles

que aumentem nossa capacidade competitiva e

nos ajudem no processo de inclusão econômica

e social, contribuindo para a equidade social e o

desenvolvimento regional. Esses são nossos grandes

desafios e objetivos.

CI –

Quais os caminhos para que haja essa

recuperação?

LC –

O país está passando por grandes e importantes

ajustes no plano fiscal. Esses ajustes precisam

acontecer. A nossa ansiedade é que sejam feitos

na velocidade suficiente para que possamos virar

a página e retomar a agenda do desenvolvimento.

Nós temos fontes que podem proporcionar o

restabelecimento da economia. A busca por fontes

autônomas para poder crescer é necessária e nós as

temos, porque dispomos de fronteiras importantes

de crescimento, por exemplo, em energia. O setor

energético oferece uma grande oportunidade, pois

abrange uma cadeia de serviços de engenharia e

tecnologia extraordinária. Além disso, temos também

a infraestrutura. E não falo só de logística, mas da

mobilidade, do saneamento e da infraestrutura social.

CI –

Que iniciativas do BNDES para o fomento à

inovação nas indústrias?

LC –

Este ano nós estamos, apesar de toda a restrição

de recursos, ultrapassando o volume realizado no

ano passado. Em 2014, incluindo repasses à Finep,

realizamos R$ 5 bilhões. Em 2015, esperamos superar

esse valor, mas ainda não temos um percentual definido.

Isso revela que, apesar de todas as dificuldades, o banco

permanece firme no apoio à inovação no país.

CI –

Quais são as ações prioritárias do banco para

promover a competitividade das indústrias?

LC –

Nós atuamos em várias frentes. Tanto apoiamos

a expansão de capacidade produtiva das empresas,

como a inovação em processos e produtos. Auxiliamos

diretamente, no caso de equipamentos, bens de

capital e engenharia, a exportação de produtos

e serviços brasileiros. E por meio das linhas de

financiamento de longo prazo do banco nós

melhoramos as condições de competitividade da

economia como um todo. É um conjunto de ações

que contribui para a estrutura econômica brasileira.

É fato que o BNDES é um banco que pode oferecer

financiamento a juros compatíveis ao padrão

internacional e com retorno de investimento privado.

Esse é o grande ponto positivo de ter um banco de

desenvolvimento com a nossa dimensão.

Guarim de Lorena

Principal fonte pública de financiamento para

projetos que fomentam a economia, o Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) manterá os investimentos em inovação,

apesar do ajuste fiscal. Em entrevista à Carta

da Indústria,

Luciano Coutinho

, presidente do

banco, explica as razões do investimento e quais

as iniciativas prioritárias para o fortalecimento

da indústria nacional. Coutinho participou do

seminário Desenvolvimento Produtivo e Inovativo:

Oportunidades e Novas Políticas, promovido

pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e

realizado em novembro na sede do Sistema FIRJAN.

FINANCIAMENTO PARA

INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO