Carta da Indústria 713

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PÁG. 7 20 A 26 DE NOVEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
DIFICULDADES NA PRÁTICA
Caio Lavinas, de Levy Gasparian, enfrenta as
dificuldades identificadas na pesquisa. Ele e dois
amigos estão em processo de legalização da Du
Don, que, segundo ele, será a primeira cerveja
artesanal da região Centro-Sul Fluminense. O local
escolhido, um antigo laticínio de uma fazenda, já
foi inviabilizado pelo Mapa, por causa da presença
de animais num raio de 400 metros. Os sócios
precisarão construir o local de produção em um
ponto mais distante da fazenda.
Para Lavinas, as maiores dificuldades são a lista
de exigências do Mapa e a alta tributação. “Oitenta
por cento do custo da nossa cerveja é imposto;
com o Simples, isso se reduziria para 20%. Se isso
acontecer, acho que haverá um boom de legalização,
o que seria ótimo para o país”, ressaltou ele, que
participa atualmente, em Três Rios, da Jornada
Cervejeira, um dos cursos de capacitação oferecidos
pelo IST Alimentos e Bebidas.
A Du Don está sendo criada com recursos próprios
dos três empreendedores. “Chegamos a conversar
com investidores, mas achamos mais interessante
usar recursos próprios para ficar vantajoso
financeiramente no futuro”, contou. Inicialmente, a
produção será de 300 litros por mês. O planejamento
prevê chegar a 1.600 litros em março de 2016.
IST ALIMENTOS E BEBIDAS REGISTRA ALTA NA DEMANDA PARA CURSOS DO SETOR
A demanda por cursos de capacitação para o setor de cerveja, oferecidos pelo Instituto SENAI de Tecnologia
(IST) Alimentos e Bebidas, está 10% acima do esperado este ano. Além dos cursos realizados na sede do
instituto, em Vassouras, há turmas também em cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa
Catarina, além do interior do estado do Rio e da capital. Mais de 300 pessoas estão sendo capacitadas
em 2015.
O Grupo Petrópolis já contratou turmas in company e também costuma enviar profissionais para o curso
Técnico em Cervejaria, em Vassouras. Para 2016, a empresa prevê enviar 12 colaboradores. “Aqui em São
Paulo ou em outro local, não encontramos escola para formar profissionais com a profundidade oferecida e
possibilidade de as pessoas experimentarem de verdade o que a função de técnico cervejeiro exige”, explica
Helio Sousa, coordenador de Desenvolvimento Humano Organizacional Corporativo da empresa.
Inaugurada em 1993, a escola possui planta-piloto, adega, maltaria, capacidade de produção de 16 mil litros
de cerveja/mês e de engarrafamento de 3.200 garrafas/hora. Segundo Antonio Tavares, gerente executivo
do IST Alimentos e Bebidas, não há outra cervejaria-escola na América Latina com a estrutura oferecida
pelo Sistema FIRJAN. ”A procura vem de todo o Brasil, e já fomos contratados para realizar cursos no Peru,
Panamá e na Colômbia”, conta ele. Para dar conta dos pedidos, está prevista a inauguração da primeira
unidade móvel do SENAI para o setor no início de 2016. Informações pelos telefones 0800 0231 231 e
4002 0231.
Outro exemplo vem de Resende. Na cidade do
Sul fluminense, Ed Wilson Lameira, mestre cervejeiro
formado pelo IST Alimentos e Bebidas, prepara o
lançamento da Edbier. Os equipamentos da fábrica
chegarão em janeiro, mas ele já está buscando
informações junto ao Mapa para evitar problemas. “O
processo de regularização é demorado, leva cerca de
seis meses. Quero dar entrada já com informações
do que pode atrapalhar esse processo. Assim, quando
estiver tudo instalado, já estará de acordo”, explicou.
Lameira também está aplicando recursos próprios
para abrir o negócio. “No momento, não penso em
buscar financiamento, por isso estou começando
pequeno e, neste início, conciliarei a fábrica com o atual
trabalho”, disse ele.
“O Rio está se transformando num polo de produção
de bebidas. Esse cenário tem sido impulsionado pelas
microcervejarias, que estão em plena expansão. A
maioria dos produtores de cerveja artesanal começa a
fabricar por paixão, mas é preciso profissionalização para
crescer. O conhecimento técnico é muito importante
para quem trabalha com processo de fabricação de
cerveja e se preocupa com a qualidade do seu produto”,
observou Antonio Tavares, gerente executivo do IST
Alimentos e Bebidas.
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