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11 A 24 DE JULHO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

E

ENTREVISTA

CARTA DA INDÚSTRIA –

Que resultados podemos

esperar com a regulamentação do Marco Legal da

Inovação?

RAIMAR VAN DEN BYLAARDT –

A questão central

é facilitar os processos e melhorar a interação das

empresas com agências de fomento e instituições

de pesquisa científica e tecnológica (ICTs). Há uma

expectativa de melhorias nesse relacionamento e nas

formas de atuação. Há também questões relacionadas

a descomplicar os processos de prestação de contas

e facilitar os processos de contratação de serviços. Há

todo um conjunto de fatores que são fundamentais para

a melhoria desse relacionamento.

CI –

A nova legislação amplia as oportunidades de

inovação para as empresas?

RVDB –

Ainda é cedo para avaliar novas oportunidades.

Isso dependerá do quanto a regulamentação vai avançar,

do quanto será ousada no sentido de trazer benefícios.

A Anpei propõe, por exemplo, que exista um processo

de contratação de fluxo contínuo previsto na legislação.

Não é o ideal abrir editais com propostas dentro de um

determinado segmento e, depois, não saber quando se

terá outro.

CI –

Como avalia o potencial das empresas do estado

do Rio para o desenvolvimento da inovação?

RVDB –

Depende muito dos segmentos que olhamos.

Na indústria de petróleo e gás, o posicionamento das

empresas é excelente, tem um volume muito grande

de investimentos em pesquisa e desenvolvimento,

principalmente em função das cláusulas de investimento

em P&D dos contratos de concessão da Agência Nacional

do Petróleo (ANP). E existe um excelente relacionamento

entre essas companhias e as ICTs do Rio de Janeiro, até

pelo fato de empresas operadoras estarem em sua maioria

no estado. Existem outros setores que também têm tido

grandes oportunidades de inovação. Mas algum tipo de

incentivo é fundamental. Nem tanto do incentivo fiscal

em si, mas na regulação dos processos. Um exemplo

que posso dar é a concessão de bolsas de estudo. Muitas

empresas gostariam de elas próprias concederem bolsas

de estudos para incentivar alunos a estudarem temas

relacionados a suas áreas de interesse. Infelizmente, a

legislação não permite que uma empresa dê uma bolsa de

estudo. Falta uma regulação na lei.

CI –

Quais os maiores desafios para o fomento à

inovação nas empresas?

RVDB –

Uma questão que precisa ser entendida é

a real extensão dos processos de inovação. Entre as

linhas de fomento, temos algumas que cuidam de uma

etapa apenas. E precisamos, como indústria, concluir

todas as fases para a inovação. Esse processo só é

finalizado quando o produto está no mercado. Isso

cria a necessidade de expandir sistemas de fomento

para atender, por exemplo, questões de certificação de

produtos e de financiamento a proteção de propriedade

intelectual. Um dos grandes desafios é trabalhar essas

lacunas que existem em sistemas de fomento.

Divulgação/Anpei

Em fase de regulamentação, o Marco Legal

da Ciência, Tecnologia e Inovação (MLCT&I)

traz mudanças como a maior aproximação de

universidades e empresas para desenvolvimento

tecnológico e a facilitação para importação

de insumos destinados a pesquisa e inovação.

Em entrevista à Carta da Indústria,

Raimar van

den Bylaardt

, diretor da Associação Nacional

de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas

Inovadoras (Anpei), fala sobre as oportunidades

e resultados esperados com esse marco. Ele

participou da reunião do Conselho Empresarial de

Tecnologia do Sistema FIRJAN, em junho.

FORTALECIMENTO DO AMBIENTE REGULATÓRIO

PARA A INOVAÇÃO