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PÁG. 9

11 A 24 DE JULHO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

Com a difusão de novas tecnologias,

a indústria audiovisual passou por

transformações que mudaram não

só as formas de produção como

também as relações de trabalho.

Entender as leis trabalhistas e

suas aplicações em um mercado

identificado pelo dinamismo é um

dos desafios que esse segmento

enfrenta atualmente.

De acordo com Pedro Capanema,

consultor Jurídico do Sistema

FIRJAN, a compreensão correta

da legislação do trabalho é um

fator primordial para evitar custos

jurídicos às companhias. “É muito

importante conhecer a lei, pois as

empresas enfrentam determinadas

situações sem sequer saber a quais

riscos estão sendo expostas”, alerta.

Diferentemente de uma indústria

tradicional, o mercado audiovisual

demanda muitas contratações

pontuais e temporárias para o

desenvolvimento de projetos

específicos, como filmes e

peças publicitárias. Por isso,

as formas de contratação

de mão de obra são um dos

aspectos que precisam ser bem

analisados pelas empresas.

As relações de trabalho,

especialmente nesse setor,

vão além da contratação

pelas regras estabelecidas

na Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT). O trabalho

autônomo, a prestação de

serviços personalíssimos para

admissão de profissionais

com

expertise

em assuntos

específicos, a cooperativa de

serviços e a terceirização são

algumas das modalidades de

relação laboral. Esta última,

segundo Capanema, pode

trazer muitos benefícios para as

indústrias, como a redução de

custos e o aumento da eficiência,

permitindo que as produtoras

possam focar nas atividades

principais que desenvolvem.

TERCEIRIZAÇÃO

Magda Hruza, advogada

especializada em Gestão de

Conflitos Trabalhistas, defende que

a terceirização é um instrumento

importante para viabilizar a

expansão do segmento. Para

a especialista, a legislação do

setor, como a Lei nº 6.533/78,

que regulamenta as profissões de

artista e técnico de espetáculo,

representou um avanço para a

época em que foram criadas, mas

precisa ser ajustada para os tempos

atuais: “É necessário que o Direito

se adeque aos novos processos

produtivos. Por isso, os acordos

MODERNIZAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS É DEMANDA

PRIMORDIAL PARA EXPANSÃO DA INDÚSTRIA AUDIOVISUAL

O mercado de trabalho audiovisual tem peculiaridades não contempladas pela legislação

Guarim de Lorena

G

GERAL

e convenções coletivas são

estratégicos para dar segurança

jurídica às indústrias”.

Segundo Silvia Rabello, presidente

do Sindicato Interestadual da

Indústria Audiovisual (Sicav), a

realidade atual traz desafios que

as leis em vigor não contemplam.

“O desenvolvimento tecnológico

avançou rapidamente na nossa

área e precisa ser transportado

para as relações laborais. O

que buscamos é um equilíbrio

entre o que existe na legislação

e as necessidades da produção

audiovisual”, afirma.

As relações de trabalho estiveram

em debate no seminário de

audiovisual promovido pela

FIRJAN e pelo Sicav. O evento

aconteceu em 28 de junho, na

sede da Federação.