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11 A 24 DE JULHO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

A superação da crise econômica

enfrentada pelo Brasil passa,

necessariamente, por um ajuste das

contas públicas. A grave situação

fiscal verificada no âmbito federal,

no entanto, também é realidade em

grande parte dos estados brasileiros.

Oito unidades federativas fecharam

2015 com mais da metade do

orçamento comprometido com

despesas a serem pagas no ano

seguinte. No estado do Rio, esse

percentual atingiu 67%.

Uma das propostas do Sistema

FIRJAN para a retomada do

crescimento e reequilíbrio fiscal é a

extensão aos estados e municípios

do Projeto de Emenda Constitucional

(PEC) que limita os gastos públicos.

A medida foi defendida pelo

presidente interino Michel Temer,

que condicionou a renegociação da

dívida dos estados à aprovação da

PEC no Congresso Nacional.

“Não há mais espaço para resolver

o problema das contas públicas

recorrendo ao aumento da carga

tributária e à inflação. É preciso,

sim, estabelecer um limite para os

gastos do setor público, e isso nas

três esferas de governo”, destacou

o presidente da FIRJAN, Eduardo

Eugenio Gouvêa Vieira.

SISTEMA DE METAS

Para a Federação, a fixação de

um teto para os gastos

governamentais é uma iniciativa

importante, mas que deve ser

acompanhada de outras igualmente

necessárias para o ajuste das contas

públicas. Em razão da gravidade

da crise fiscal brasileira, a FIRJAN

defende um sistema de metas para o

endividamento público, semelhante

ao implementado para controle da

inflação no início da década de 1990.

Além de dar mais segurança para

investidores, esse sistema reduziria

o desalinhamento entre as políticas

fiscais e econômicas.

Outras ações complementares

também devem ser adotadas. Entre

elas, a criação de um programa

de venda de ativos, a reforma da

previdência e a redução dos gastos

obrigatórios do orçamento público.

Essa última medida daria fim a um

dos problemas que está na base da

crise fiscal. A rigidez orçamentária

reduz a capacidade de adequação

dos gastos públicos às variações

da conjuntura econômica, além

de, em momentos como o atual –

de queda de receita – resultar na

elevação de déficits.

Para Luiz Césio Caetano, presidente

do Sindicato da Indústria da

Refinação e Moagem de Sal do

Estado do Rio de Janeiro (Sindisal),

as propostas defendidas pela

FIRJAN são imprescindíveis para que

os governos consigam equilibrar

suas contas no longo prazo.

“Há um problema estrutural na

gestão orçamentária dos estados,

e as ações que a FIRJAN propõe

não paralisam a atividade produtiva.

Quando a administração pública

tem despesas maiores que as

receitas, procura aumentar a

arrecadação com novos impostos,

tirando a competitividade da

indústria”, alertou Caetano, que

também é vice-presidente do

Conselho Empresarial de Economia

do Sistema FIRJAN.

Leia mais sobre as propostas da

FIRJAN em

http://bit.ly/292ctBc.

CRISE ENFRENTADA PELOS ESTADOS BRASILEIROS DEMANDA

REFORMAS ESTRUTURAIS NA POLÍTICA FISCAL

G

GERAL

PRINCIPAIS MUDANÇAS NA ESTRUTURA FISCAL

BRASILEIRA SUGERIDAS PELA FIRJAN

LIMITE DE CRESCIMENTO PARA

OS GASTOS CORRENTES

Criação de uma “regra de ouro” que impeça

que as políticas fiscais adotadas em períodos de

menor crescimento econômico sejam usadas

para custear gastos correntes

PROGRAMA DE VENDA DE ATIVOS

Foco nos setores bancário e de Infraestrutura.

Ganhos potenciais podem ultrapassar 4% do

PIB, no caso federal

ENFRENTAMENTO DE QUESTÕES

ESTRUTURAIS FUNDAMENTAIS PARA O

EQUILÍBRIO FISCAL

Entre as prioridades estão a redução de

vinculações obrigatórias do orçamento nas três

esferas de governo e a reforma da Previdência