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11 A 24 DE JULHO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA
E
ESPECIAL
Eduardo Eugenio participou do lançamento do Anuário da Indústria de Petróleo
A conjuntura político-econômica do
Brasil e a queda do preço do barril
de petróleo têm imposto grandes
desafios ao mercado de petróleo
fluminense. Os impactos negativos
da retração das economias interna
e externa ainda são sentidos, o que
torna urgente encontrar soluções
para a retomada do crescimento.
Com o objetivo de fortalecer a
indústria do estado e dar subsídios às
tomadas de decisão nesse período
desafiador, o Sistema FIRJAN lançou
o Anuário da Indústria de Petróleo
no Rio de Janeiro - Panorama 2016.
O documento traz dados sobre a
produção de petróleo, localização
das plataformas, áreas de partilha e
cessão onerosa, blocos e campos
concedidos, refino e produção,
além de empregos, entre outras
informações. Para a indústria, é uma
fonte única que possibilita ter uma
visão histórica do tema, entender o
contexto atual e prever tendências
para os próximos anos.
O presidente da FIRJAN, Eduardo
Eugenio Gouvêa Vieira, acredita
que o anuário vai contribuir para
a construção de um mercado
competitivo e atraente ao investidor,
com benefícios para a sociedade.
“Existe uma grande premência em
agilizar a retirada do óleo do
pré-sal. Considerando os volumes
atuais, as reservas brasileiras
provadas equivalem a perto de
20 anos de produção. Se não nos
apressarmos, corremos o risco de
ver esse petróleo chegar quando
os olhos do planeta já estiverem
voltados para outras fontes”,
destacou Gouvêa Vieira.
O Anuário prevê que a expectativa
de volume a ser explorado nos
campos do pré-sal esteja em torno
de 56 bilhões de barris de óleo
equivalente. Para a FIRJAN, só será
possível atingir a total capacidade
de produção se forem realizadas
adequações regulatórias como o
fim do operador único no pré-
sal, atraindo investimento de
outras operadoras, assim como
o aperfeiçoamento das regras de
conteúdo local.
Outro pleito primordial defendido
pela Federação e pelas entidades
do mercado é a volta dos leilões
com uma agenda permanente.
Com a falta de regularidade
na realização, o Brasil deixa de
contabilizar reservas e proporcionar
uma dinâmica que dê condições
de sustentabilidade a esse mercado
por previsibilidade de investimentos
e manutenção de uma escala
mínima necessária.
TECNOLOGIA É DIFERENCIAL
Em apenas sete anos após o
início de produção do pré-sal,
o Brasil atingiu a marca de um
Renata Mello
milhão de barris de petróleo por
dia. O resultado só foi possível
pelo avanço tecnológico e pelas
inovações desenvolvidas em
parceria com a indústria brasileira,
voltadas para a exploração de
petróleo e gás em águas profundas.
Mas hoje o período é desfavorável
ao investimento.
A criação de equipamentos para
atender às demandas do pré-
sal exigiu alto investimento das
fornecedoras. Mas a
expertise
adquirida no período em que o
preço do petróleo chegou a
US$ 120 torna as empresas hoje
mais capacitadas, podendo oferecer
preço, prazo e qualidade.
De acordo com Raul Sanson,
presidente da PWR Mission, o
momento requer que as empresas
tenham alta capacidade de
adaptação. “A crise nos obriga a sair
da zona de conforto. Temos que
nos adequar à realidade, diminuindo
o tamanho das nossas operações,
ANUÁRIO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO REÚNE ANÁLISE
CONJUNTURAL E PERSPECTIVAS PARA A CADEIA DE FORNECEDORES