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3 A 16 DE OUTUBRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

E

ENTREVISTA

CARTA DA INDÚSTRIA –

De

que forma o BIM impacta o

conceito de construção civil que

conhecemos?

DECIO FERREIRA –

Além de

implicar mudanças na mentalidade

e nos processos de trabalho,

o BIM irá rever a forma como

coordenamos e partilhamos os

projetos. Essa mudança será

sentida não só pela empresa,

mas também pelos consultores

e clientes. O BIM espelha todo

o projeto, por isso sempre serão

necessários ajustes nas diferentes

partes do processo de produção.

CI –

Quais são as diferenças

entre modelos que representam

construções e o BIM?

DF –

Os modelos simples não

podem ser utilizados para

exportar informações relevantes

do projeto, como quantidades

ou custos. Já o BIM auxilia

na coordenação das várias

especialidades envolvidas durante

o processo, fazendo com que

os projetos sejam mais bem

coordenados e não apenas

geridos por meio da sobreposição

de desenhos 2D, sem qualquer

ligação ou interligação entre os

vários componentes do projeto.

CI –

Quais são as principais

soluções que o BIM pode trazer

para o mercado fluminense de

construção civil?

DF –

O fato de partilharmos

modelos permite que toda a

empresa esteja informada e

atualizada sobre as alterações,

mesmo que ainda se encontrem

em fase de desenvolvimento. O BIM

por si só não vai resolver ou fazer

tudo, temos também que interagir

com os

softwares

disponíveis e

complementares. Tudo isso gera

valor para as empresas projetistas

e, acima de tudo, transmite maior

confiança ao cliente.

CI –

Quanto aos principais riscos

de investir nessa tecnologia, como

diminuí-los?

DF –

Os riscos podem ser

facilmente superados se o processo

de implantação for bem planejado.

Trabalhar com uma equipe

experiente é sempre a melhor

solução, mas o maior desafio é a

mudança de mentalidade. É preciso

ver no

software

um aliado, não algo

Fabiano Veneza

O Building Information Modeling (BIM) tornou

possível criar modelos virtuais precisos de uma

construção. No estado do Rio, as empresas têm

buscado utilizar esse recurso para aumentar

a produtividade e competitividade dos

negócios. Em entrevista à Carta da Indústria,

Decio Ferreira

, arquiteto e coordenador de

BIM da Fosters+Partners, avalia os benefícios

do uso desse modelo. Ele participou do Giro

Construção Civil, que aconteceu em setembro

na sede do Sistema FIRJAN.

BIM: DESAFIOS

E VANTAGENS PARA A INDÚSTRIA

que dificultará o trabalho. O

BIM implica também mudanças

na forma como assumimos

compromissos com nossos clientes.

Em contrapartida, não investir nele

é um grande risco para as empresas,

especialmente as que estão abertas

para os mercados exteriores e

emergentes. Não adotar esse

modelo impacta negativamente na

competitividade. Em países como

Inglaterra e Estados Unidos, a entrega

dos projetos em BIM é obrigatória.

Minha sugestão é: não esperem pela

obrigatoriedade, inovem.

CI –

Como potencializar o impacto

dos investimentos em BIM feitos

pelas empresas?

DF –

É necessário um bom

planejamento, um estudo completo,

perceber que o processo é gradual

e sentir a segurança em cada etapa.

É sempre possível testar os

softwares

experimentais de BIM no mercado.

Alguns, inclusive, são gratuitos. A

empresa também deve investir em

um especialista para gerir tudo isso.

É preciso contar com um gestor que

tenha a mente aberta, compreenda a

política dos negócios e esteja próximo

dos tomadores de decisão.