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PÁG. 9

3 A 16 DE OUTUBRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

BUSCA PELO EQUILÍBRIO ENTRE OFERTA E DEMANDA

É UM DOS DESAFIOS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

O equilíbrio na oferta e demanda

de energia pelas distribuidoras e

a inserção das fontes renováveis

são alguns dos desafios para o

fortalecimento do setor elétrico

no país. De acordo com o

especialista Mário Veiga, presidente

da PSR Consultoria, o sistema de

eletricidade brasileiro enfrenta,

historicamente, períodos de ciclo.

Atualmente, há uma sobreoferta de

energia elétrica resultante da queda

do Produto Interno Bruto (PIB). Em

2011, quando as concessionárias

compraram energia em leilão, havia

uma estimativa de PIB que

não se concretizou e, com isso,

a demanda por eletricidade não

atingiu os patamares esperados.

“A frustração das expectativas

do PIB afetou o suprimento de

energia. Temos, com isso, um

excesso de oferta. Sob o ponto de

vista da indústria, significa que não

vai faltar eletricidade no mercado”,

explicou Veiga.

Segundo ele, o período pós-crise

poderá ser uma oportunidade

para aperfeiçoar o arcabouço

regulatório do setor e promover a

equiparação entre o consumo e a

oferta do insumo: “A situação atual

de sobreoferta deverá se estender

até o início da década de 2020, mas

a partir de então pode se recuperar

desse movimento cíclico”.

FONTES RENOVÁVEIS

O Brasil é o quarto país do mundo

em produção de fontes renováveis,

segundo o Ministério de Minas e

Energia (MME). Na Conferência

das Nações Unidas sobre Mudança

Climática (COP 21), realizada em

2015, o governo brasileiro assumiu

o compromisso de compor 45% da

matriz energética com essas fontes

Para Eduardo Eugenio Gouvêa

Vieira, presidente do Sistema FIRJAN,

é fundamental que a discussão em

torno da energia elétrica envolva a

transparência nas leis e regulação

do setor: “É importante que haja

pessoas comprometidas em

levar à frente essas questões.

A credibilidade é, sem dúvida, a

palavra de ordem. O investidor

precisa de segurança”.

A avaliação também é compartilhada

por José de Freitas Mascarenhas,

presidente do Conselho Empresarial

de Economia da FIRJAN. Segundo

ele, é preciso reduzir os riscos

envolvidos na atividade. “A

energia impacta diretamente na

produtividade industrial. O que

devemos refletir é porque a indústria

paga tão caro pelo insumo se as

fontes não têm alto custo”, afirmou.

O debate aconteceu no Conselho

Empresarial de Economia da

Federação, em 15 de setembro.

e reduzir as emissões de gases de

efeito estufa em 43% até 2030.

De acordo com Veiga, a

proposta é ambiciosa e requer

grande esforço para ser atingida.

“Temos o desafio de inserção das

renováveis não despacháveis,

que são aquelas que dependem

das condições climáticas e não

podem ser acionadas a qualquer

momento”, disse.

Apesar disso, o especialista observa

que há grande potencial para

desenvolver o uso de energias

limpas no país, uma vez que

há grande complementaridade

entre as fontes. “O Brasil é um

país abençoado nessa questão.

O sistema espetacular de

reservatórios facilitou a inserção

dessas fontes. As eólicas são

extremamente competitivas. A solar

também funciona bem, apesar de

mais cara”, garantiu.

CICLOS DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Fonte: PSR Consultoria

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

2024

2025

2026

2027

2028

2029

2030

25%

20%

15%

10%

5%

0%

-5%

-10%

pós-

raciona-

mento

falta

de gás

atrasos

de novos

projetos

crise

econômica

pós crise

econômica

sistema em

equilíbrio?

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