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3 A 16 DE OUTUBRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA
Sergio Malta, Fernando Bezerra Coelho Filho e Eduardo Eugenio: propostas para
alavancar a competitividade do setor elétrico brasileiro e reduzir riscos para empresas
Renata Mello
A recuperação da confiança é
pré-requisito para o fortalecimento
do ambiente de negócios. Para
o ministro de Minas e Energia,
Fernando Bezerra Coelho Filho, esse
é um dos objetivos prioritários para
alavancar a competitividade do setor
elétrico. Segundo ele, a insegurança
levou a um nível de judicialização
sem precedentes, o que colocou
diversos elos da cadeia de energia
elétrica em situação de dificuldade.
“Esse é um fator que tem atrapalhado
os negócios no país. Estamos
promovendo a reinstitucionalização
do setor. A intenção é mitigar os
riscos para as empresas, que
hoje enfrentam problemas de
liquidez”, afirmou.
Na avaliação de Eduardo Eugenio
Gouvêa Vieira, presidente do Sistema
FIRJAN, a busca pela credibilidade
está na base da retomada do setor.
“O segmento de energia elétrica
tem grandes questões para serem
superadas, e o ministério tem o
desafio gigante de levá-las à frente.
Isso é fundamental para que haja um
salto de competitividade”, declarou.
Entre as iniciativas da gestão
de Coelho Filho, está o
reposicionamento da Eletrobras, a
maior companhia do setor elétrico no
país. A nova política da empresa inclui
a privatização de seis distribuidoras
de energia nas regiões Norte e
Nordeste até dezembro de 2017.
“A Eletrobras vai ser o que sempre foi,
um grande
player
do segmento. Vai
continuar com o papel de indutora
do desenvolvimento, mas procurando
manter sua saúde financeira. Estamos
fazendo um choque de gestão para
que ela seja do tamanho que precisa
ser”, disse Coelho Filho.
Outro projeto a ser priorizado
é a integração energética na
América do Sul. De acordo com
Coelho Filho, há planos para a
construção de hidroelétricas com
a Argentina e a Bolívia, ainda em
fase de estudos. “Esses países
são estratégicos para o Brasil.
Com a Argentina, estamos em
negociações para intercâmbio de
energia”, garantiu.
Para Sergio Malta, presidente do
Conselho Empresarial de Energia
Elétrica da Federação, as propostas
MINISTRO DE MINAS E ENERGIA DEFENDE RECUPERAÇÃO
DA CONFIANÇA PARA ALAVANCAR AMBIENTE DE NEGÓCIOS
do ministro vão ao encontro de
demandas importantes do setor.
“O panorama apresentado pelo
ministério é excelente para o que
o país está tentando organizar
nessa cadeia. A energia elétrica
precisa de reformas”, pontuou.
Mauro Viegas Filho, presidente
do Conselho Empresarial de
Infraestrutura da FIRJAN, destaca
que é necessário realizar um
planejamento de longo prazo
consistente, que permita
estabilidade aos projetos. “O
setor elétrico é o que representa
o investimento de maior porte
na infraestrutura do país, com
projetos que duram pelo menos
15 anos. Por isso, uma proposta
importante é fazer programas de
estado, não de governo”, defendeu
o empresário.
O debate aconteceu na reunião do
Conselho Empresarial de Energia
Elétrica, realizado em 15 de
setembro, na sede da FIRJAN.
A
ARTICULAÇÃO
“Estamos fazendo
um choque de gestão
para que a Eletrobras
seja do tamanho que
precisa ser”
Fernando Bezerra Coelho Filho
Ministro de Minas e Energia