Previous Page  6 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 6 / 12 Next Page
Page Background

PÁG. 6

6 A 19 DE MARÇO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

PROPOSTA DE REFORMA TRABALHISTA DO GOVERNO PRIORIZA

NEGOCIAÇÕES E FLEXIBILIZA CONTRATAÇÕES TEMPORÁRIAS

Com o intuito de implantar a

reforma trabalhista, o governo

federal encaminhou ao Congresso

Nacional o Projeto de Lei (PL)

6.787/2016, que traz propostas para

modernizar as relações laborais.

O PL tem como principal tema

a valorização das negociações

coletivas, que deverão prevalecer

sobre a legislação. A medida

responde a um pleito importante

da indústria, presente no Mapa do

Desenvolvimento do Estado do Rio

de Janeiro 2016-2025.

De acordo com o projeto, a

negociação poderá ser aplicada

para 14 direitos, como 13º salário,

férias, intervalo intrajornada e plano

de cargos e salários. Renan Feghali,

vice-presidente do Conselho

Empresarial de Política Social e

Trabalhista da FIRJAN, ressalta que a

mudança é primordial para aumentar

a segurança jurídica das empresas.

“Atualmente existe uma

imprevisibilidade, porque os

acordos podem posteriormente ser

contestados, o que gera passivos

trabalhistas. Essa proposta trará uma

revolução nas relações de trabalho,

trazendo benefícios para ambas as

partes. O funcionário é cada vez

mais consciente dos seus direitos,

e os sindicatos laborais e dos

empregadores são preparados para

negociar”, defendeu Feghali.

José Pastore, consultor de

Relações do Trabalho, observa que

a prevalência do negociado vai ao

encontro do que já é praticado

em diversos países desenvolvidos.

“Nada pior para o investidor do

que a insegurança, que é o que

acontece no Brasil. Os contratos

não são respeitados, e isso cria

uma condição ruim ao ambiente de

dos contratos foi estendido para

120 dias, com possibilidade de

renovação sem burocracia.

Ainda nesse tema, o governo

irá considerar como situação

extraordinária períodos que alterem

a demanda por produtos e serviços,

tais como Natal, entre outras datas

específicas que incrementam a

produção de determinados setores.

Para Feghali, essa mudança

poderá reduzir significativamente

despesas para as empresas: “Não faz

sentido gastar com intermediação

de mão de obra temporária

quando a própria empresa pode

contratar. Essa proposta reduz

uma obrigação que traz gastos

excessivos ao empregador”.

Roberto Kauffmann, presidente

do Sindicato da Indústria da

Construção Civil no Estado do Rio

de Janeiro (Sinduscon-Rio), ressalta

que o setor poderá se beneficiar

desse novo modelo proposto pelo

governo. “Trata-se de uma iniciativa

C

MATÉRIA

DE CAPA

“O prestígio às

negociações coletivas

dá mais segurança

jurídica e previsibilidade

para o setor produtivo”

Pedro Capanema

Consultor jurídico do Sistema FIRJAN

negócios”, afirmou o especialista,

que participou de reunião do

Conselho Empresarial de Economia

da FIRJAN, em fevereiro.

FLEXIBILIZAÇÃO

Outro aspecto priorizado pelo PL

é a flexibilização de contratações

temporárias, autorizada em

situações extraordinárias.

A proposta permite que as empresas

possam fazer admissões por

meio de companhia interposta,

ou de forma direta. Já o prazo

De acordo com José Pastore (ao centro), as negociações coletivas prevalecem

sobre a lei em países desenvolvidos e melhoram o ambiente de negócios

Vinicius Magalhães