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PÁG. 10

12 A 25 DE JUNHO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

Em momentos de crise, o

financiamento coletivo – ou

crowdfunding

– pode ser a saída

para inovar e alavancar projetos. A

modalidade mobiliza grupos para

apoiarem o desenvolvimento de

serviços ou produtos nos quais têm

interesse. Por meio de plataformas

digitais, é possível hospedar essas

ideias e tentar alcançar uma meta

de investimento dentro de um

determinado prazo.

Há quatro tipos de

crowdfunding.

A doação permite que o realizador

receba dinheiro dos seus apoiadores

sem dar nada em troca. A

recompensa pressupõe a oferta

de um retorno não financeiro, um

produto final, para quem apoia. Já

o

equity

faz abertura de capitais e

oferece participação na empresa.

Outro formato é o empréstimo, em

que os apoiadores recebem de volta

o valor da doação com juros mais

baixos que os do mercado.

“Dentro desses quatro tipos, é

possível optar por duas modalidades,

a de tudo ou nada ou a flexível. Na

primeira, o recurso só é revertido

se a meta for atingida dentro do

CROWDFUNDING É NOVA OPÇÃO

PARA EMPRESAS CAPTAREM RECURSOS

S

SESI/SENAI

PROJETO NUCLEÁRIO

Utiliza materiais biodegradáveis para

aumentar a eficiência e baratear os

projetos de reflorestamento, pois

substitui a manutenção pós-plantio

das mudas.

CLEVER CAPS

Produção de Clever Caps, tampa

de duas vidas, que funciona como

um sistema de fechamento ou um

módulo de montagem que se encaixa

em outros disponíveis no mercado.

JUÇAÍ EXPORTAÇÃO

Projeto para desenvolver uma

tecnologia de processamento

que permita a exportação do

juçaí, feito a partir do fruto da

palmeira juçara.

prazo, devolvendo o dinheiro para

os apoiadores caso a meta não seja

alcançada. No segundo, o dinheiro é

arrecadado atingindo ou não a meta”,

explica Felipe Caruso, consultor e

editor do site Crowdfunding Brasil.

Caruso destaca como benefício a

possibilidade de receber avaliações

da comunidade formada nessas

plataformas, abrindo a oportunidade

para o aperfeiçoamento do produto

sem ter que realizar um grande

investimento. “Além do risco

reduzido, há também a vantagem

da independência, da ausência de

burocracias e da aproximação com o

público”, ressalta.

DIFUSÃO DO MODELO

No Brasil, o

crowdfunding

ainda

atinge um mercado relativamente

pequeno. Em 2016, foram 28 mil

campanhas lançadas – 90% delas

de até R$ 30 mil. Do total, cinco

mil conseguiram captar suas metas,

movimentando em torno de R$ 80

milhões. Atualmente, o modelo supre

uma lacuna de financiamento para

pequenos e médios projetos que não

têm acesso a editais ou concessão

de empréstimos bancários; uma

boa oportunidade para a indústria

prototipar produtos.

Sabendo disso, o Sistema FIRJAN

realizou a Oficina SENAI de

Financiamento Coletivo, em que

foram selecionados alguns projetos

provenientes do antigo Edital SENAI

SESI de Inovação (atual Edital de

Inovação para a Indústria) dos últimos

três anos, que já tinham certo nível

de maturidade.

A Oficina encontra-se em fase

de consultoria individual para

reformulação e readequação dos

projetos a partir das lições aprendidas

nas aulas com Felipe Caruso e Téo

Benjamin, também consultor do

tema. “As empresas e os profissionais

que participaram da Oficina

adaptaram seus projetos baseados

no conteúdo que aprenderam,

incluindo desde o mapeamento de

redes a contrapartidas, plataformas

e valor de contribuição”, explica

Thamilla Talarico, especialista

em Desenvolvimento Setorial

da Federação.

Um dos projetos que está sendo

desenvolvido é o de um polímero

PROJETOS SELECIONADOS