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PÁG. 7

12 A 25 DE JUNHO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

de órgãos estaduais e federais,

distribuídos em pontos estratégicos

das rodovias e portos no estado.

Os postos teriam um Centro

Integrado de Comando e Controle,

com acesso a imagens cedidas

pelas concessionárias das rodovias e

scanners

para fiscalizar as cargas dos

caminhões. O Cinturão permitiria

uma atuação conjunta da Polícia

Rodoviária Federal, do Departamento

Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT) e das secretarias

estaduais de Segurança Pública,

Fazenda e Saúde, sendo estas

duas últimas responsáveis por

criar barreiras fiscais e sanitárias na

entrada e saída de cargas.

No projeto proposto pela Federação,

além dos postos localizados nas

fronteiras do estado, haveria outros

nas áreas de acesso à Região

Metropolitana. Segundo cálculos

da FIRJAN, esse sistema permitira

fiscalizar até 90% das cargas de longa

distância que trafegam no estado.

Carlos Erane de Aguiar, presidente

do Conselho Empresarial de

Defesa e Segurança da FIRJAN,

pontua que o Cinturão poderia,

ainda, combater o problema de

circulação de caminhões com

sobrepeso. “Isso causa um impacto

grande às estradas. Hoje o Brasil

gasta 2% do PIB com recuperação

de pavimento de rodovias. Mas o

grande ganho desses postos está no

enfrentamento do crime. O roubo

de cargas está atingindo patamares

impressionantes, e não temos outra

saída a não ser integrar nossas forças

de segurança em um sistema de

inteligência”, disse o empresário, que

também é presidente da Condor

Tecnologias Não Letais.

PROJETO PILOTO

Para a criação do Cinturão, a FIRJAN

defende a implantação de um posto

na Rodovia Presidente Dutra, no

município de Queluz, em São Paulo,

próximo à divisa com o estado do

Rio. O local é estratégico, uma vez

que a rodovia faz a ligação entre as

duas principais economias do país

e concentra os maiores índices de

ações do crime organizado e de

contrabando. Um dos impactos desse

posto seria, por exemplo, com a

recuperação de apenas 20% do ICMS

de transporte interestadual sonegado

através de sobrepeso, um ganho

anual de arrecadação de R$ 170

milhões para o governo fluminense.

Riley Rodrigues, gerente de Estudos

de Infraestrutura da Federação,

ressalta que cada unidade do

Cinturão demandaria investimento

de R$ 15 milhões. Segundo ele, esse

aporte é justificado pelo ganho que

vai ser gerado com o funcionamento

do posto.

“Além de coibir sonegação do

transporte intermunicipal, haveria

benefícios no combate ao roubo

de cargas, ao tráfico de drogas, à

pirataria, além da redução de danos

aos pavimentos das rodovias pelo

sobrepeso de caminhões”, disse.

A nota técnica “Avanço da criminalidade

no estado do Rio de Janeiro: retrato e

propostas para a segurança pública”

foi entregue ao Ministério da Justiça,

em 17 de maio. Saiba mais em

www.firjan.com.br/publicacoes.

Criminalidade no estado do Rio

NO QUADRO DA

POLÍCIA RODOVIÁRIA

FEDERAL EM RELAÇÃO

AO INÍCIO DA DÉCADA

DE 2000

28,3%

DÉFICIT DE

HÁ 2O ANOS

1.200

NÚMERO DE POLICIAIS

RODOVIÁRIOS

ATUALMENTE

740

DAS DESPESAS

COM

POLICIAMENTO

54,6%

QUEDA DE

DOS GASTOS

COM

INVESTIGAÇÃO

E INTELIGÊNCIA

45,7%

QUEDA DE

OCORRÊNCIAS,

MÉDIA DE

1 REGISTRO A CADA

39 SEGUNDOS

811.854

crimes em 2016

Fonte: SSP e PRF