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12 A 25 DE JUNHO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
E
ENTREVISTA
CARTA DA INDÚSTRIA –
Quais os principais desafios a
serem enfrentados pela segurança pública fluminense
atualmente?
ROBERTO SÁ –
Uma política de segurança não se
sustenta sozinha. Este vem sendo nosso principal desafio
nos últimos anos. Somente com o fortalecimento da
educação, ações sociais e empregos conseguiremos
resgatar o Rio que desejamos. Além disso, todo o
sistema de justiça criminal precisa ser revisto, com o
engajamento dos três níveis de governo e imposição de
ajustes necessários na legislação penal, que permitirão
maior efetividade na aplicação da lei. A crise de
segurança pública é um problema nacional e deve ser
enfrentada com um plano conjunto e articulado, em
uma ação de Estado e não de governo.
CI –
Quais iniciativas a Secretaria pretende adotar para
fortalecer a segurança do estado do Rio?
RS –
Mesmo em um cenário econômico antagônico,
avançamos em algumas iniciativas que não demandam
novos investimentos. Alguns dos exemplos são a
ferramenta tecnológica, recém-implantada pelo Instituto
de Segurança Pública, de suporte à análise criminal, e a
instalação de uma delegacia especializada para armas,
munições e explosivos. Também destacamos a criação
da Comissão Permanente de Avaliação e Deliberação
do Programa de Polícia Pacificadora, que tem como
objetivo o fortalecimento da política de pacificação, e
a revisão do nosso plano estratégico com uma série de
ações em andamento até 2018.
Divulgação/Seseg
A segurança pública é um fator
crucial para um ambiente de negócios
forte e atraente aos investimentos.
Em entrevista à Carta da Indústria,
Roberto Sá
, secretário estadual de
Segurança Pública, detalha as ações
que estão sendo desenvolvidas no
combate aos principais desafios
enfrentados nessa área no estado do
Rio. Ele cita as estratégias para reduzir
a incidência de crimes que afetam
diretamente as empresas, como o
roubo de cargas.
O DESAFIO DA
SEGURANÇA NO ESTADO DO RIO
CI –
Estudo da FIRJAN aponta que, em 2016, os roubos
de cargas no estado geraram custos de R$ 619 milhões.
Como a Secretaria de Segurança tem atuado para
combater esse crime?
RS –
Com o apoio da Força Nacional e da Polícia
Rodoviária Federal, além das polícias civil e militar,
estamos estabelecendo uma estratégia qualificada de
prevenção e repressão a esta modalidade criminosa,
que têm impactado negativamente o setor. Um
grupo de coordenação ficará sediado no Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC), ampliando
o controle de roubos de cargas no estado. Nas últimas
semanas, inúmeras ações das forças de segurança
têm conseguido, com êxito, impedir ações e prender
quadrilhas especializadas em toda Região Metropolitana.
CI –
Quais serão as ações do governo para tentar
conter essa onda de criminalidade que o estado vem
enfrentando recentemente?
RS –
Podemos ressaltar o resgate do Gabinete de
Gestão Integrada Estadual, que deverá articular de
forma mais efetiva e inteligente as forças de segurança
pública dos três níveis de governo, e que conta
com apoio do governo federal. Caso ocorra aporte
de recursos financeiros e reestabelecimento do
Regime Adicional de Serviço (RAS), podemos colocar
cerca de dois mil policiais a mais nas ruas por dia a
um custo aproximado de R$ 8 milhões, além de
fortalecer as reuniões de análise criminal e proposição
de ações integradas.